quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Relatos de fenômenos espirituais em tempos de Avivamento

João A. de Souza Filho Tradução autorizada (Autor)

Convicção de pecados
Em tempos de avivamento as pessoas experimentam muitas coisas diferentes, na alma e no corpo. Nesses tempos ocorrem fenômenos estremados que não são muito aceitos. Lendo a história dos avivamentos vemos claramente que este fenômeno de “cair no Espírito”, e de ser “derrubado” era resultado da extrema convicção de pecado que vinha sobre as pessoas. A pregação sobre avivamento incluía o arrependimento, abandono do pecado e a vida de santidade diante de Deus. Qualquer pecador ou crente carnal que ouvisse este tipo de pregação no passado teria este tipo de manifestação, como resultado da obra de Deus, convencendo a pessoa da culpa e da necessidade purificação de sua consciência.Na maioria das igrejas, qualquer pregação que leve à convicção de pecados, mostrando ao pecador a necessidade de arrependimento é tida como legalismo. Deixar a pessoa sob o terror da lei é coisa do passado e não tem relevância nesses dias. Esperamos que ao ler os relatos de avivamentos do passado, o leitor entenda a verdadeira razão para a experiência de “cair no Espírito”. Este tipo de discernimento e estudo é necessário nesses dias em que assistimos tantas manifestações e operações de falsos espíritos e de doutrinas do diabo. A imitação e a falsificação sempre aparecem paralelamente aos avivamentos verdadeiros. Quero lhes dar um exemplo do avivamento ocorrido em Ulster em 1623.
“Havia muitos convertidos em todas as congregações mencionadas, e Satanás, vendo a prosperidade do evangelho entre o povo, tratou logo de desacreditar a obra de Deus em seus corações. Isto ele fez falsificando a operação do Espírito Santo em várias pessoas em Lochlarne, que começaram a gritar durante as reuniões de adoração, alguns tendo fortes convulsões enquanto gritavam. Houve um aumento diário de pessoas que assim procediam, e, a princípio os pastores e o povo tinham pena dessa gente achando que o Espírito Santo estava operando nelas. No entanto, depois de conversar com elas e descobrir que não mostravam sinais algum de arrependimento e que não tinham uma busca intensa pelo Salvador, os pastores escreveram aos colegas solicitando que fossem até lá e que examinassem cada caso. Estes, depois de conversar com elas percebiam que eram vítimas de engano e alucinação do destruidor.”“No sábado seguinte, uma pessoa na congregação de Mr. Blair fez muito barulho, mas imediatamente, diz Mr. Blair, “Eu repreendi aquele espírito que perturbava a adoração, e ordenei, em Nome de Jesus que não mais incomodasse a congregação. Depois desta experiência este tipo de perturbação cessou”.Durante o avivamento em Cambuslang em 1742 sob o ministério do Revdo. M’Culloch, ocorreram muitos fenômenos durante as reuniões, especialmente, de pessoas que “caiam sob o poder”, como se dizia naquele tempo.
“O que estes jovens queriam dizer com o termo “caindo”, era uma espécie de gozação naquele tempo, resultado das reações físicas que se seguiam à forte convicção de pecado, pois quando alma e corpo reagem, não é de surpreender que o corpo e a alma reajam diante da dura realidade do juízo final e da eternidade”.
Paris Reidhead em seu sermão, “dez moedas e uma camisa” apresenta dos relatos deste fenômeno durante tempos de avivamento. Wesley era um pregador justo que exaltava a santidade de Deus. Sempre que exaltava a santidade divina e a lei de Deus; a justiça divina e seu conhecimento; sempre que exaltava as exigências divinas e a justiça de sua ira, virava-se para as pessoas e denunciava seus pecados, sua rebelião, sua traição a Deus e a anarquia do pecado. E o poder de Deus vinha sobre as pessoas, e há registros de que numa ocasião mais de 1.800 pessoas caíram por terra, praticamente inconscientes. Por haverem tido uma revelação da santidade de Deus; à luz desta santidade viam seu pecado, e não podendo suportar, caíam por terra.
“Mas não aconteceu apenas nos dias de Wesley, aconteceu também na América em New Haven, Connecticut, Yale. Um homem conhecido como John Wesley Redfield pregou continuamente durante três anos ao redor de New Haven, culminando com as grandes reuniões no auditório de Yale no século dezoito. A polícia já se acostumara a examinar as pessoas naquele tempo. Se encontrasse alguém caído no chão, tentavam descobrir se eram beberrões. Se estivessem bêbados levavam-no pra cadeia, mas se não tivessem cheiro de álcool, estavam caídas pela doença de Redfield. E quando encontravam alguém com a “doença de Redfiel”, levavam para um local tranqüilo e a deixavam ali até que se recuperasse totalmente.”Se eram bêbados, paravam de beber; se eram violentos, deixavam de sê-lo, e se fossem imorais, abandonavam a vida de pecado. Se eram ladrões, devolviam o que haviam roubado. Porque, ao virem a santidade de Deus contrastada com a enormidade de seu pecado, o Espírito Santo os derrubava por terra inconscientes devido ao peso de seu pecado! Quando o poder de Deus caía sobre eles arrependiam-se de seus pecados e se convertiam a Cristo.
Derrubados por terra.
O seguinte relato veio do avivamento irlandês de 1859 em que ocorriam manifestações de pessoas caindo no chão.
“Quando a pessoa fica sob convicção e em crise, sente-se fraca e não consegue sentar nem ficar em pé; ajoelha-se ou deita-se no chão. Um grande número de pessoas sob convicção nesta cidade e vizinhança, são “derrubadas por terra”, caindo repentinamente, paralisadas e sem força, como se tivessem levado um tiro certeiro. Caem e gemem profundamente, algumas gritando como se estivessem uma crise de medo, a maioria delas, orando com sinceridade: “Senhor Jesus, tem misericórdia de minha alma”. Tremem como vara verde, sentem um peso sobre o peito, uma sensação de choque e encontram alívio quando gritam, orando por libertação. Continuam assim até que experimentam a confiança em Cristo Jesus. E então, o tom da voz e os gestos retornam ao normal e o desespero dá lugar a um senso de gratidão, triunfo e adoração. A linguagem e a aparência, as lutas e o desespero convencem, como elas mesmo declaram, que tiveram um conflito moral com a velha serpente. Elas suam intensamente como vítimas angustiadas a ponto de molhar os cabelos. Algumas pessoas passam por este conflito várias vezes; outras, apenas uma vez. Não sentem vontade de comer e algumas ficam em jejum vários dias. Não dormem, ainda que permaneçam ali com seus olhos fechados”.
Caindo sob convicção.
O avivamento de Cane Ridge em 1801 tve muitos casos de “cair sob convicção” durante as reuniões. Os que experimentavam estas manifestações geralmente eram zombadores, pecadores e pessoas que estavam sob convicção de pecado debaixo do poder de Deus, mostrando seu arrependimento diante de um Deus santo.
“No pico do avivamento dizem que havia um público de vinte mil pessoas. Dia e noite as pessoas ouviam a pregação da palavra de Deus. Algumas manifestações físicas eram até bizarras. Os gritos e gemidos dos que estavam sob convicção misturavam-se aos gritos dos que encontravam alegria e gozo. O medo do inferno, do juízo e o desespero de se sentir perdido eram substituídos pela alegria da salvação. A experiência mais comum era a de “cair”. Existem relatos de que três mil pessoas ficaram prostradas nas reuniões em Cane Ridge. Alguns dos que caíam ficavam inconscientes, outros estavam cientes do que acontecia, mas não conseguiam se mover.”“As mulheres e crianças eram mais suscetíveis a este fenômeno. Mas, também havia homens que “caíam”. Mais tarde durante o avivamento centenas de pessoas contorciam-se convulsivamente e ficaram conhecidas como “solavancos”. Era comum que aqueles que vinham às reuniões para zombar também caíam sob convicção de pecados. Latidos, pulos e transes era coisas comuns”.
Este fenômeno de cair sob o poder do Espírito Santo ocorreu durante o avivamento de Jonathan Edwards. Ele afirmou que uma pessoa podia “cair dura no chão” ou por medo do inferno e sob a convicção do Espírito Santo ou porque experimentou um “pouco do céu”. R.A. Torrey viu pessoas caindo sob o poder de Deus devido a convicção de seus pecados. Hyde relata os acontecimentos da Convenção de Oração em Punjab em 1906: “Começamos a orar e de repente um peso pelas almas perdidas veio sobre nós, e o ambiente ficou tomado de choro, convulsões, e gritos, como nunca tínhamos experimentado antes. Homens fortes prostraram-se agonizando pelas almas perdidas”. Jonathan Edwards em seu livro “Religious Affections” nos dá uma palavra de sabedoria sobre este fenômeno. “Uma obra não pode ser julgada pelo que acontece no corpo das pessoas, tais como lágrimas, tremores, gemidos, gritos, agonias do corpo ou por se cair por terra sem forças. A influência sob a qual a pessoa se encontra não pode ser julgada pelos efeitos do corpo, isto porque não temos regra alguma nas escrituras a este respeito”. Que Deus dê à igreja discernimento espiritual nestes dias do fim, atentando para as palavras de Jesus: “Cuidado que ninguém os engane”. Precisamos ver pessoas sendo transformadas, como resultado de nossa pregação; pessoas que fiquem sob convicção e em contrição. Somente Deus pode transformar uma pessoa tornando-a santa, e este é o verdadeiro teste do avivamento.

Cair sob o poder do Espírito Santo

Nota introdutória
As manifestações do Espírito são surpreendentes nas Escrituras e na história da igreja. Meu objetivo, ao escrever este artigo é o de mostrar que tais experiências ocorreram em outros avivamentos da história da igreja, por isso apresento o tema à luz da Escritura, nossa regra básica de Fé.
Em todos os avivamentos ao longo da história da igreja fenômenos espirituais ocorreram em conferências, igrejas locais, em mosteiros e na vida particular de líderes como João Wesley, George Whitefield e Jonathan Edwards, o grande avivalista americano. O Espírito Santo opera como quer e em quem quer! Afirmar que as manifestações são coisas da carne ou do diabo, apenas, é desconhecer a Bíblia e a história da igreja. Em todos os avivamentos existem manifestações, e em todos os avivamentos a carne e os espíritos enganadores entram para enganar. O que começa de forma genuína tende a se corromper pela ação do homem.
Há vários episódios nas Escrituras que nos surpreendem pelos acontecimentos. Não podemos limitar o Espírito Santo em suas manifestações e temos indícios das Escrituras de algumas de suas ações. Usando as regras de interpretação bíblica, de que dois ou mais textos apresentados por diferentes autores a respeito do tema pode se constituir numa verdade, descobre-se que as manifestações do Espírito Santo estão em toda escritura. Se houvesse apenas uma citação ou uma experiência apenas, não poderíamos estabelecer uma verdade. Mas como há mais de uma citação, temos a autoridade da Palavra de Deus para abordar o tema.
A experiência de Saul. Mesmo depois do Espírito do Senhor o haver abandonado por causa de sua desobediência e entrado em Davi, (Compare 1 Sm 10.6 com 16.14), Saul teve uma experiência muito forte com o Espírito Santo. Ele mandou uma primeira escolta de soldados prender Davi na casa de Samuel em Ramá, mas o Espírito de Deus veio sobre os soldados que não regressaram a Saul; todos ficaram profetizando. Saul mandou, então uma segunda escolta que também ficou profetizando e ainda uma terceira que não pôde prender a Davi por causa do poder de Deus (1 Sm 19.18-21). O próprio Saul foi prender a Davi e o “mesmo Espírito de Deus veio sobre ele, e ia profetizando, até chegar a Naiote em Ramá” (vs 23). Veja bem, já pelo caminho Saul ia profetizando tomado pelo Espírito de Deus! Quando chegou a Ramá, diz a Bíblia na versão corrigida: “E ele também despiu os seus vestidos, e ele também profetizou diante de Samuel, e esteve nu por todo aquele dia e toda aquela noite...” Veja bem! Ele ficou todo um dia e toda uma noite caído por terra, profetizando diante de Deus. A impressão que se tem é que ele ficou fora de si, deitado e prostrado diante de Deus. Ah! Dizem os críticos, mas ele não mudou de vida! A questão aqui, neste primeiro momento, não é mudança de vida, mas uma manifestação sobrenatural. A mudança de vida requer outros fatores. Estou indicando um acontecimento histórico indiscutível.
O tabernáculo no deserto e o templo de Salomão. Temos dois exemplos ainda: um anterior a Saul, na edificação do Tabernáculo e outro na inauguração do Templo de Salomão. No primeiro, diz a Bíblia que “Moisés não podia entrar na tenda da congregação” por causa da glória do Senhor! (Ex 40.34,35) indicando que ele tentava entrar, mas era impelido ou jogado para fora! O segundo exemplo está em 2 Crônicas 5.13,14 na inauguração do templo: “E não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus” (Versão corrigida). Isto é, eles estavam ali dentro ministrando quando veio a glória de Deus; sabemos, apenas que “não podiam ficar em pé” o que pode implicar que tiveram que se prostrar ou foram derrubados. Não o sabemos. Veja ainda 2 Crônicas 7.2.
Jeremias. Quando Deus falava com Jeremias ele se sentia tonto, embriagado pelo poder de Deus. Veja o que ele diz: “Sou como homem embriagado, e como homem vencido do vinho, por causa do Senhor, e por causa de suas santas palavras” (Jr 23.9). É bem possível que ao ouvir Deus falar algo sobrenatural acontecia com o profeta.
Ezequiel em transe: Ezequiel teve uma experiência ainda mais forte. Ele estava reunido com os anciãos no cativeiro, na Babilônia. Era uma reunião daqueles que foram levados cativos, quando, de repente, o Espírito do Senhor o levou para Jerusalém em visões. Seu corpo ficou ali, prostrado diante dos anciãos e ele passa a relatar, posteriormente tudo o que viu. Leia Ezequiel 8.1-3 com 11,24, o começo e o fim da visão. Como ficou o corpo de Ezequiel? Seu corpo ficou ali prostrado diante de várias pessoas enquanto seu espírito era levado a Jerusalém nas visões de Deus.
Daniel ao contemplar o Senhor, desfaleceu, perdeu as forças e seus companheiros fugiram de medo. Leia o que ele mesmo diz (Dn 10.7-11). Ele caiu não pela fraqueza de estar em jejum há três semanas, mas pela presença de Deus, porque depois, sentindo-se fortalecido, ficou em pé.
Jesus. Bastou o Senhor Jesus dizer aos soldados, “Sou eu” e eles caíram por terra. (Jo 18.6).
Os discípulos e a voz de Deus. Quando Jesus foi transfigurado diante dos discípulos aconteceu este fenômeno. Eles ouviram a voz de Deus e caíram por terra. Veja em Mateus 17.5-7.
E como foi no dia de Pentecostes? “Estão embriagados”, diziam, os moradores de Jerusalém ao virem aquelas cento e vinte pessoas falando em línguas; certamente gesticulando, e acharam que era fruto de uma bebedeira. Bêbados falam alto, gritam, dão risadas, rolam pelo chão... E que respondeu-lhes Pedro? “Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando...” (At 2.13-15). A presença do Espírito Santo na vida dos 120 dava a impressão, para os de fora, de algo ridículo, como se fosse um bando de beberrões! Não estou afirmando que estavam embriagados, mas que se comportavam como se estivessem sob efeito do vinho.
Paulo. A experiência de Paulo (que não deve ser tomada como algo corriqueiro), foi muito grande. Ele nem sabe como chegou aos céus, como ele próprio diz: “se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe” (2 Co 12.1-4). Será que muitos dos discípulos não teriam experimentado algumas das fortes manifestações do Espírito Santo que nem mesmo foram registradas nas Escrituras por acharem que era algo normal na vida deles? O próprio Paulo só foi contar a experiência doze anos depois, e, mesmo assim, nos deixa sob um véu de mistério.
Paulo também cita o que aconteceu com Moisés. Ele diz que sob a lei a glória de Deus foi tão forte que Moisés tinha que colocar um véu sobre o rosto cada vez que saia da tenda para falar ao povo. E como não será na época da graça? “Se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será glorioso o ministério da justiça” (2 Co 3.7-13). O que Paulo quer dizer? Ele explica que, se Moisés, que pregava a lei, tinha tanta glória, quanto maior glória terá os que pregam a justiça?
Paulo foi derrubado por terra pelo Senhor Jesus: “E caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4).
E que dizer de João, na experiência que teve em Patmos? “Quando o vi, caí a seus pés como morto” (Ap 1.10-17). Ele ficou sem forças diante de Deus!
Eliseu, Pedro, etc. Mas imagine algumas outras manifestações semelhantes ao cair, como êxtases, visões e percepções à distância que tiveram os profetas, especialmente o profeta Eliseu e Pedro (1 Rs 5.19-27; 6.8-20; At 10.1-22). À luz de todos estes textos, podemos afirmar que é possível haver manifestações do Espírito em nossas vidas das maneiras mais diversas. A história da igreja registra muitas manifestações na vida de pessoas que se consagraram a Deus.
Manifestações na história da igreja. A protestante Evelyn Underhill em vários de seus livros conta suas experiências de contemplação e o que ocorria com a presença do Espírito Santo (livros: Mysticism; The Mistery of Sacrifice; Practical Mysticism for Normal People e outros). João da Cruz, monge católico, no seu livro, Obras Espirituais, Carmelo, ensina o caminho e as experiências da vida cristã com experiências semelhantes de êxtases e arrebatamentos. Numa das obras editada pela Biblioteca de Autores Cristãos, em espanhol, o Padre I.G. Arintero trata de toda a mística da igreja com relatos surpreendentes do que aconteceu com alguns missionários da Igreja; alguns eram trasladados fisicamente para outras terras onde pregavam o evangelho e regressavam aos seus países. Esses relatos eu os tenho guardado em minha biblioteca.
Experiência dos místicos. Algumas experiências, diz ele, aconteciam com o padre Gracián: “São efeitos do divino amor, os resultados de uma alma enamorada de Deus que se chama júbilo, gozo, paz, embriaguez, desmaio, morte e fogo de amor, zelo, devoção, êxtases e raptos, amalgamento em Deus, e a divina união”. São Dionísio diz que o amor divino produz êxtases e o amante já não é seu, mas do amado! Um escritor anônimo mencionado por Sauvé diz: “As pessoas não têm consciência do que dizem ou fazem: dizem coisas sublimes e coisas que não podemos compreender... outras vezes o amor opera de modo mui distinto, deixando-as dormindo. Perdem o conhecimento como no sono e necessitam que sejam despertadas; e não é fácil despertá-las. A razão é que Deus as embriagou até deixá-las adormecidas...”
Relatos de escritores pentecostais. Nunca devemos tomar uma experiência e utilizá-la como base doutrinária. Entretanto, podemos usar o argumento histórico quando este abaliza o texto bíblico. Por isso podemos acrescentar algumas das experiências de homens de Deus do passado. Carl Brumback no livro “Que Quer Isto Dizer? (O S. Boyer, 1960), diz: “Como os críticos gostam de descrever os acontecimentos nos cultos pentecostais! Como se regozijam de se referir à maneira de eles tremerem, clamarem, dançarem, caírem e, então, dirigindo-se ao interessado perguntar seriamente: “isso tem alguma coisa em comum com o relato calmo e solene das Escrituras”. O interessado, se for um verdadeiro estudante das Escrituras, pode retrucar: “A qual relato calmo e solene das Escrituras se refere? Ao relato do Pentecostes, quando as manifestações extraordinárias e barulhentas levaram os zombadores a dizerem: “Estão embriagados?” Ou refere-se a história da cura do coxo, que deu “um salto, pôs-se em pé e, começou a andar; e entrou no templo, andando, saltando e louvando a Deus?” Ao relato em Atos 4, onde os discípulos “levantaram unanimemente a voz?” A Saulo que caiu sob o poder de Deus? Ao regozijo e louvor a Deus em alta voz da multidão na entrada triunfal, o qual o Senhor Jesus apoiou, dizendo: “Declaro-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão”?
Depois ele continua: “João Wesley exprimiu uma atitude sábia e com juízo, quanto às demonstrações do corpo, no seu diário de domingo de 25 de novembro de 1759: ‘O perigo foi o de dar demasiada ênfase a acontecimentos extraordinários, tais como clamores, convulsões, visões, êxtases, como se fossem indispensáveis à obra interior até o ponto da obra não avançar sem esses acontecimentos. O perigo (diz Wesley) é o de não lhes dar ênfase suficiente; de condená-los inteiramente; de imaginar que não tivessem alguma coisa de Deus, e que impedissem a sua obra.”
Na realidade, João Wesley, fundador do Metodismo, está mostrando que em seus dias havia este tipo de manifestação do Espírito Santo! De todos os líderes do passado, João Wesley foi o que mais embasamento bíblico e histórico tinha a respeito do Espírito Santo e por isso o que ele acrescenta é muito importante: “A verdade, contudo, é: (1) Deus convenceu a muitos repentina e profundamente que eram pecadores perdidos e o resultado natural foram clamores e fortes convulsões do corpo; (2) os que creram foram fortalecidos e encorajados, e a obra de Deus ficava mais evidente. Ele concedeu a muitos deles sonhos divinos, a outros êxtases e visões; (3) Muitas vezes, depois de um intervalo a natureza se misturava com a graça; (4) Satanás, igualmente, imitava essa obra de Deus, para desacreditar toda a obra... no início foi, sem dúvida, inteiramente de Deus. A sombra não desacredita a substância, nem o diamante falso deprecia o verdadeiro”. E isto em 1759!
O livro “O Fogo do Reavivamento” de Wesley Duewel (Editora Candeia, p 53) afirma que enquanto João Wesley pregava, “inúmeras pessoas caíram ao chão como se atingidas por um raio”. George Whitefield, companheiro de Wesley diz que quando pregou em Edimburgo em junho de 1742 “... durante uma hora e meia houve tanto choro, tanta aflição, manifestada de várias formas, que fica impossível descrever. O povo parecia estar sendo atingido às centenas. As pessoas eram carregadas e levadas até suas casas como soldados feridos num campo de batalha. Sua agonia e gritos eram profundamente comoventes” (ibid p 58). Ele acrescenta o que aconteceu no dia 3 de outubro numa reunião que começou as 8.30 da manhã e terminou as 8.30 da noite: “Vi 10.000 pessoas afetadas num instante, algumas com alegria, outras com choro... algumas desmaiando nos braços de amigos” (p 59).
Um outro avivamento aconteceu nos dias de Finney. Onde ele pregava as pessoas caíam sob o poder de Deus. Diz o texto que, enquanto Finney pregava “a congregação começou a cair de seus assentos, e caíam em todas as direções, pedindo misericórdia” (ibid p 87). “Algumas pessoas desmaiavam sob a convicção nos cultos da igreja e outras mais tarde em suas casas” (p 90). As biografias de Finney falam deste mover de Deus que derrubava as pessoas no chão.
Jônatham Edwards relata o que aconteceu quando pregou o sermão Pecadores nas Mãos de um Deus Irado: “Parecia que um espírito aterrador havia descido sobre as pessoas. A congregação começou a cair de seus assentos em todas as direções, clamando por misericórdia.”. Um pequeno livreto escrito por D.M. Lloyd-Jones, Jonathan Edwards e a Crucial Importância do Avivamento, Editora PES, Martyn Lloyd Jones um pregador fundamentalista defende o avivamento e relata como Jonathan Edwards manteve equilíbrio nesta questão. Jonathan Edwards escreveu: “A religião verdadeira apóia-se muito nos afetos... mostrando que não há sinais definidos de que os afetos religiosos são benignos ou não”. E Edwards afirma que a emoção e o físico são sempre afetados quando a pessoa sente o mover de Deus. Diz Lloyd: “A mulher de Edwards experimentou uma levitação, quando foi literalmente transportada de uma parte pra outra da sala sem esforço ou empenho. Às vezes pessoas desmaiavam e ficavam inconscientes nas reuniões. Edwards não ensinava que tais fenômenos eram do diabo. Ele sempre advertia os dois lados, do perigo da pessoa deixar-se levar pela carne e de ser iludida por Satanás por meio da carne. Houve uma ocasião em que ele advertiu até George Whitefield, que estava morando com ele. Whitefield tinha a tendência de obedecer e dar ouvidos a ‘impulsos’ e a agir baseado neles” (pp 24-25).
“Podemos extinguir o Espírito interessando-nos exclusivamente por teologia. Também podemos fazê-lo interessando-nos somente pela aplicação do cristianismo à educação, às artes e à política, etc.” (p 32).
Wesley Duewel relata: “No grande avivamento americano de 1858, os navios, ao se aproximarem dos portos americanos, pareciam entrar numa zona de influência do Espírito. Navio após navio chegava com o relato de uma repentina convicção e conversão” (Citado na revista Atos, Vol. 12 No. 3 p 17).
No avivamento de Cane Ridge em 1801 nos Estados Unidos um pastor presbiteriano relata: “O que vi foi para mim novo e realmente extraordinário... Muitas e muitas e muitas pessoas caíram ao chão, como homens mortos na batalha, e continuaram neste estado durante horas a fio, num estado aparentemente sem respiração e inerte – às vezes reavivando-se por alguns momentos e exibindo sintomas de vida através de um profundo gemido, ou de um grito penetrante e agudo...” (Idem p 31).
Nos primórdios das Assembléias de Deus no Brasil essas experiências faziam parte da vida dos irmãos e dos novos convertidos.
Portanto, não podemos ser sectários achando que Deus só opera de um jeito. O Espírito Santo tem muitas maneiras de se manifestar, algumas delas menciono no livro “Dons Espirituais, o Poder de Deus em Você”. Leia a Bíblia e examine cuidadosamente a história da igreja e você descobrirá muitas maneiras do Espírito Santo operar e agir nas pessoas.
Se, como afirmam alguns o cair não faz parte da obra do Espírito Santo, então temos que concordar que:
As experiências acima relatadas que aconteceram no Antigo Testamento, foram obras de um outro espírito. Mas não é o que diz a Bíblia. Saul, os sacerdotes, Jeremias, Ezequiel e Daniel foram tocados pelo Espírito de Deus!
Então, Deus estaria nos enganando. Mas isto não é verdade, pois a Palavra serve como fundamento do que acontece. O Espírito Santo é aquele que nos conduz à verdade. Ele não nos deixaria cair na mentira.
Se assim fosse os obreiros e os crentes que tiveram tal experiência estariam sob a influência de um outro espírito. Não creio, entretanto, que estejamos sendo enganados, pois tais experiências ajudaram a aumentar a percepção de Deus; a comunhão com ele e o crescimento na Fé, no amor e no ardor evangelístico. Cresceu a comunhão com Deus e solidificou o relacionamento entre os membros do corpo. Nenhum “espírito” teria interesse no crescimento espiritual dos fieis nem no reino de Deus!
Teríamos que negar nosso ministério, nosso chamamento e colocar em dúvida a conversão de tanta gente. Tais experiências têm servido para demonstrar o poder de Deus; a operação do Senhor nas vidas. É certo que há pessoas que caem sob forte convicção do Espírito Santo mas não permanecem. Este é um problema do homem e não de Deus. O fato de uma pessoa não ficar transformada quando experimenta a presença de Deus é problema da pessoa e não de Deus. É a mesma experiência que algumas pessoas têm quando, decidem-se por Cristo, choram, confessam seus pecados e, depois, continuam iguais!
Deus age a seu modo, agora, se a pessoa experimentou algo divino e não se rendeu completamente a ele é outra coisa. Mudança de vida é o que Deus espera de cada pessoa. Quantas pessoas, inclusive pastores, experimentaram uma grande transformação no passado, e ao longo dos anos se acomodaram e passaram a viver como pessoas mundanas? Não é porque Deus não agiu em suas vidas, mas porque negligenciaram o que Deus queria fazer passo a passo com elas. Não se pode negar a experiência, mas, apontar para o desleixo espiritual em não se querer crescer à maturidade cristã.
O grande perigo que aconteceu em todos os avivamentos da história que acabamos de mencionar e também nos avivamentos recentes, como Toronto, Pensacola, Lakeland, etc., é que a ênfase foi dada nas manifestações, e permitiu-se que espíritos enganadores penetrassem no avivamento causando grandes estragos na seara do Senhor. Escrevi artigos a este respeito.
A história mantém abertos seus registros para que analisemos à luz do tempo a época em que estamos vivendo.
Onde está o engano?
Temos que admitir, contudo, que muitos obreiros forçam, empurram as pessoas para que caiam e isto é criancice, infantilidade. E infelizmente há pessoas que dão credibilidade à esse tipo de pregador o colocandos nas auturas, comprando seu DVD's e etc. Obreiros há que “forçam” este tipo de manifestação. Certa vez em um culto um pregador muito conhecido aquí na cidade de Campina Grande - Pb, "batizou no Espirito Santo" mais que o próprio Jesus, pois ele forçava os crentes a falarem em línguas, e em um simples aleluia que saia "misturado" com o glória à Deus, devido a pressão psicológica do pregador, ele dizia que havia sido batizado com o Espírito Santo. Nessa "brincadeira" ele disse que fora mais de 15 batizados, mais Jesus só batizou 3 (Esse dado foi comprovado por mim). Sem Falar também dos empurrões que levavam às pessoas ao chão! Apesar da ignorância de alguns, precisamos afirmar que a manifestação do poder de Deus não precisa de nossa força humana da mesma forma que não precisamos nos agarrar a objetos, coisas ou práticas achando que desta ou daquela forma consegue-se algum favor de Deus. No caso de pessoas serem tocadas por Deus, quando o Espírito age, mesmo à distância as pessoas começam a cair, sem qualquer influência do homem.
O que não se vê na história bíblica, nem nos acontecimentos da história da igreja são manifestações bizarras como latir, como cães, cocoricar, como galinhas, agir como animais, etc. Tais manifestações nunca fizeram parte da vida da igreja em todos os avivamentos, e devem, portanto ser consideradas manifestações de outra ordem e não do Espírito de Deus.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

AS "LÍNGUAS" São Estranhas Mesmo

Muitas vezes criticamos as traduções que acrescentaram o adjetivo "estranhas" às línguas que os crentes falam ao serem batizados no Espírito Santo. Dizíamos em nosso zelo quixotesco: " Essa palavra ("estranha") não está em nenhum texto grego adotado para as versões do Novo Testamento!".
Citavamos os textos de Eberhard Nestlé e Westcott e Hort, o Textus Receptus, o Majority Text e o ancient Text With Modern greek Translation para "provar" que aquelas versões não estavam corretas. Ledo engano.
As "novas línguas" prometidas por Jesus, em Marcos 16.17, como talvez os "gemidos inexprimíveis" aludidos por Paulo em Romanos 8.26, assim como as "línguas que ninguém entende" citada pelo mesmo apóstolo em 1Co 14.2, podem realmente ser denominadas "línguas estranhas"!
Jesus declarou que vários sinais deveriam acompanhar aqueles que crêem em seu nome. Falar em "novas línguas" constitui-se o segundo desses sinais (Mc 16.17). Que novas línguas seriam essas que os crentes judeus e gentios falaram ao serem batizados no Espírito santo nas mais diferentes circunstâncias, datas e lugares?
Eis algumas das mais freqëntes opiniões: (1) Os crentes aprendem uma nova maneira de falar; não dizem mais palavras torpes, etc (2) Os missionários aprendem novas línguas para evangelizar em missões transculturais. (3) A promessa de Jesus quando os discípulos no Cenáculo pregaram em 14 línguas que não conheciam pela primeira e última vez, revertendo assim a maldiçao imposta por Deus durante a da construção da torre de Babel (Gn 11.1-9).
Não concordamos com essas explicações. Jesus não está falando sobre o vocabulário, ou linguagem de alguma pessoa. A palavra glwssh (glôsse) significa língua, órgão muscular da cavidade bucal ou ainda o idioma, conjunto das palavras e expressões usadas por um povo ou nação. Ora, a declaração de Paulo" o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende" (1Co 14.2) invalida totalmente essa opinião.
Preferimos a interpretação feita exata e exclusivamente sobre o texto escrito por Lucas em Atos 2.8,11, como se segue (a tradução é çiteral): Kai pwv hmeiv akouomen ekastov th idia dialektw hmwn en h egennhyhhmen (Como, pois os ouvimos cada um na nossa própria língua em que somos nascidos?); akouomen lalountwn autwn taiv hmeteraiv glwssaiv ta megaleia tou yeou (Ouvimos falando os mesmos nas nossas línguas os grandes feitos de Deus).
O texto não diz claramente que os díscipulos falavam as línguas dos "judeus vindos de todas as nações debaixo do céu"; mas que estes os ouviam falar em suas próprias línguas.
Parece razoável crer que Deus operou no Dia de Pentecostes dois milagres simultâneos: (1) Todos os 120 discípulos começaram a falar em outras línguas - eteraiv glwssaiv ( eterais glossais). Eteros significa outro de outra espécie. Daí o nome "heterogêneo"" (Gl 1.6). Esse adjetivo é diferente de allos, que significa outro da mesma espécie (Jo 14.16). (2) Muitos "judeus vindos de todas as nações debaixo do céu" os compreendoiam como se eles estivessem falando em suas próprias línguas. Essas interpretações elimina algumas dificuldades que podem surgir à compreensão do texto. Senão, vejamos:
1) 120 pessoas falando ao mesmo tempo, em qualquer língua, ninguém as poderiam entender! Quando mais se falarem em 14 línguas diferentes! Temos demonstrado essa assertiva colocando alguns alunos fora da sala de aula e pedindo aos que ficaram na classe que recitassem diferentes versículos da Bíblia, letras de hinos ou orações em alta voz. Nenhum dos observadores que ficaram a uns dez metros da classe conseguiu repetir uma frase sequer do que foi falado dentro da sala.
2) Se os discípulos todos estivessem falando palavras naturalmente inteligíveis, não se justificaria a chacota de alguns, dizendo que os discípulos estavam bêbados (cheio de vinho doce).
3) Temos ouvido muitas vezes em nossa ´própria língua ( o português) preletores e conferencistas alemães, franceses e até japoneses falando em suas próprias línguas! Isso é possível porquê cada congressista recebe um aparelhinho com várias opções de sintonia para que a língua que deseja escutar nos fones de ouvidos. O canal 1 sintonizava para alguém que traduzia para o espanhol; o canal 5, para quem queria ouvir em português e assim por diante. Cremos que no Dia de Pentecoste, o Espírito santo fez exatamente o que fazem aqueles tradutores.
Dez anos depois do Dia do Pentecoste, Cornélio e seus familiares falaram em línguas, também ao serem batizados no Espírito santo (At 19.1-6). Isso nos leva a concluir que as línguas estranhas não cessaram depois do Dias de Pentecostes e também não eram idiomas de outros povos, pois todos os que escutavam a Pedro e a Paulo também falavam a mesma língua que estes usaram então.
A Enciclopédia de Bíblia Teológica e Filosofia admite “que essas línguas tivessem sido um sinal de poder e de prova da descida do Espírito”. Pois não havia necessidade de mais línguas com vista à evangelização. Portanto, nesses casos, temos uma razão diferente para o fenômeno, sendo indubitável que as línguas então faladas não foram entendidas nem interpretadas. Seu intuito não era evangelizar e nem ensinar.
Analisemos a seguir as palavras de Jesus conforme estão escritas no original grego: Shmeia de toiv pisteusasin akolouvhsei tauta en tv onomati mou daimonia ekbalousin glwssaiv lalhsousin kainaiv ("E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas", Mc 16.17.
A língua grega tem dois adjetivos traduzíveis por novo: neov, neos (ad tempus refertur, isto é, referente ao tempo0 e Kainov, Kainós( Ad rem, isto é, referente à própria coisa, fato, etc) Kainais (novas) tem o significado de nunca previamente usado, inédito ou estranho. Segundo afirmam os mais eruditos filólogos da língua grega do Novo Testamento, como Strong. William Carey Taylor, Isidro Pereira e K. Harold Moulton.
É, portanto, lícito concluir que as "novas línguas" prometidas por Jesus como sinal que acompanhariam sua Igreja são realmente as línguas estranhas, " línguas que ninguém entende", mas edificam a quem as recebe, como explica Paulo (1 Co 14.2,18). Quis o Espírito Santo que três capítulos da Bíblia fossem dedicados ao ensino sobre os dons espirituais, e de modo especial ao exércicio desse sinal prometido por Jesus que também é um dom manifestado pelo espírito Santo.
Cumpre lembrar que foram as línguas a única das evidências mencionadas nos três casos claramente relatados de Batismo no Espírito santo em Atos 2.4; 10.44-46 e 19.1-6

quinta-feira, 19 de junho de 2008

História dos Avivamentos Espirituais

Avivamento é quando o Espírito Santo renova, reaviva e desperta a igreja sonolenta, abatida e corrompida pelo pecado. É revitalização onde já existiu vida. Ou, como disse Robert Coleman, é "o retorno de algo à sua verdadeira natureza e propósito".
Segundo o Dr. Martin Loyd-Jones: “É uma experiência na vida da Igreja quando o Espírito Santo realiza uma obra incomum. Ele a realiza, primeiramente, entre os membros da Igreja: é um reviver dos crentes. Não se pode reviver algo que nunca teve vida; assim, por definição, o avivamento é primeiramente uma vivificação, um revigoramento, um despertamento de membros de igreja que se acham letárgicos, dormentes, quase moribundos.”
Quando há esse impacto da obra do Espírito de Deus na vida da igreja, os resultados imediatos do avivamento são sentidos no povo de Deus: senso inequívoco da presença de Deus; oração fervorosa e louvor sincero; convicção de pecado na vida das pessoas; desejo profundo de santidade de vida e aumento perceptível no desejo de pregação do evangelho. Em outras palavras, a igreja amortecida e tristemente doente é a primeira a ser beneficiada pelo avivamento.
Outro mito muito freqüente é afirmar que algumas igrejas são “frias” e outras mais “espirituais”. Não existem igrejas frias! Existem sim, pessoas frias, mortas ou acomodadas espiritualmente! Isso existe!
Todo avivamento espiritual promovido por Deus, tem o objetivo final de transformar a sociedade não-cristã. Isto acontece porque, além da atuação soberana do Espírito Santo no mundo, na igreja passa a existir uma conscientização profunda de sua missão; isto é, a missão integral de servir o mundo evangelística e socialmente. No avivamento a igreja vive a missão para a qual foi chamada.
A sociedade não-cristã, por sua vez, volta-se para Deus em resposta ao evangelho. Acertadamente o Dr. Héber de Campos comenta que "o reavivamento começa na igreja e termina na comunidade maior onde ela vive. Os efeitos do reavivamento são muito mais perceptíveis nas mudanças morais que acontecem na região ou num país onde ele acontece. Ele não se limita simplesmente aos membros das igrejas atingidas pela obra de Deus. Ele causa impacto em toda a comunidade onde a igreja de Deus está inserida".

Ao fazermos uma análise histórica dos fatos e acontecimentos, desde o povo de Israel na Antiga Aliança, até a igreja de nossos dias, no Novo Testamento percebemos que o povo tem oscilado entre ondas de grande avivamento espiritual e períodos de profundas trevas e degradação pecaminosa.
Associado a cada período de avivamento espiritual observamos que o antecedeu um longo período de intercessão, jejum e oração. Na verdade os avivamentos espirituais precisam ser gerados espiritualmente por intercessores, em nosso Seminário sobre Avivamento Espiritual desenvolvemos com maior propriedade esse tema, porém é importante que você tenha em mente um pequeno resumo dos principais avivamentos espirituais da história.

Destacam-se pelo menos doze movimentos de avivamento só nas páginas do Antigo Testamento, isso sem nos aprofundarmos em cada um dos reis que lideraram o reino do norte (Israel) e reino do sul(Judá). No Novo Testamento a Igreja Primitiva apresenta-se como uma igreja avivada, mas ainda em Atos, percebemos que Deus precisou despertá-los espiritualmente, os pais da igreja ao longo dos séculos seguintes nos deixaram inúmeros relatos de avivamentos espirituais que vieram sobre cada geração de cristãos.
Infelizmente a história também nos mostra que tristemente ocorreram negros períodos de falta de avivamento, em especial destaco a Idade Média.

Existe pelo menos quatro fatores que precedem cada avivamento, porém não são comuns a todos. O texto que segue abaixo foi resumido a partir do livro “The Solemn Assembly” (A Assembléia Solene) por Richard Owen Roberts-1989.

1) Declínio Espiritual e Moral. Cada avivamento é precedido por um período de declínio moral e espiritual entre o povo de Deus. Como exemplos que ilustram este problema, podemos citar Êxodo 32 e 33, onde o declínio incluiu a fabricação do bezerro de ouro para ser adorado; e no tempo de Davi, que foi precedido por mais de seis décadas em que a Arca da Aliança de Deus estava fora do lugar certo em Jerusalém.

2) Execução do Juízo Divino. Sem exceção, os avivamentos sempre foram precedidos por alguma espécie de juízo da parte de Deus. Enquanto alguns destes juízos foram imediatos e finais, resultando em mortes entre os ímpios, outros foram misericordiosos e redentores, resultando em quebrantamento, oração, arrependimento e intensa busca da face de Deus.

3) Surgimento Líder ou Líderes Consagrados ao Senhor. Este fato pode ser ilustrado, examinando a relação completa dos avivamentos no Velho Testamento:
a) Avivamento com Moisés – (Êxodo 32 e 33)
b) Avivamento com Samuel – (1 Samuel 7, com capítulos 1-6 dando o contexto)
c) Avivamento com Davi – (2 Samuel 6,7)
d) Avivamento com Asa – (2 Crônicas 14-16)
e) Avivamento com Josafá – (2 Crônicas 17-20)
f) Avivamento com Jeoiada – (2 Crônicas 23,24)
g) Avivamento com Ezequias – (2 Crônicas 29-32)
h) Avivamento com Josias – (2 Crônicas 34,35)
i) Avivamento com Zorobabel – (Esdras 1-6)
j) Avivamento com Esdras – (Esdras 7-10)
k) Avivamento com Neemias – (Neemias 1-13)
l) Avivamento com Joel – ( Joel 1, 2)

Obviamente, em cada caso Deus mesmo levantou um líder que tinha o pesado encargo das necessidades morais e espirituais do seu povo. As palavras de Moisés em Êxodo 32.32 destacam isso enfaticamente: “Agora, peço-te, perdoa o seu pecado; ou, se não, risca-me do livro que escreveste”. O intercessor é essa pessoa que se coloca na “brecha” para intermediar espiritualmente pelo povo (Ez 22:30-31).

4) Manifestação Extraordinária do Poder de Deus. Embora esta ação tenha sido diferente em cada avivamento, a mais freqüente tomada era da Assembléia Solene. Outra vez, observemos o que aconteceu em cada caso.

a) Êxodo 33.7-11 – Moisés tomou a tenda e armou-a fora do arraial, a uma boa distância do arraial. Chamou a este lugar de “tenda do encontro”, e exigia a todos que quisessem buscar ao Senhor que fossem para fora do arraial, para longe do local do pecado, ao tabernáculo, para encontrar-se com o Senhor.
b) 1 Samuel 7.5,6 – Samuel ordenou que todo Israel se ajuntasse em Mispa, numa Assembléia Solene, onde orou por eles, e onde jejuaram e confessaram seus pecados.
c) 2 Samuel 6.14 e 1 Crônicas 13-18 – Depois de um princípio desastrado, quando pecaram contra o Senhor colocando a Arca da Aliança num carro novo (o método filisteu), Davi e o povo a carregaram de acordo com a Palavra do Senhor, em humilhação com regozijo. Davi dançou diante de Deus com toda sua força, cingido de uma estola sacerdotal de linho.
Depois de colocar de lado sua coroa e roupagens reais, Davi portou-se como um homem comum entre homens comuns. Embora não haja menção de uma Assembléia Solene no relato de 2 Samuel, a passagem paralela de 1 Crônicas a reconta em detalhes.
d) 2 Crônicas 15.9-15 – Asa convocou uma Assembléia Solene em Jerusalém onde o povo entrou numa aliança para buscar o Senhor Deus de seus pais com todo seu coração e toda sua alma.
e) 2 Crônicas 20.3-13 – Josafá chamou uma Assembléia Solene por todo o Judá e Jerusalém, e o povo jejuou e buscou ao Senhor.
f) 2 Crônicas 23.16 – Jeoiada, numa Assembléia Solene, fez uma aliança entre si, todo o povo e o rei, para que fossem o povo do Senhor. Então procederam a fazer uma limpeza de todo o mal da terra.
g) 2 Crônicas 29.5 em diante – Ezequias e os líderes estabeleceram um decreto que foi circulado extensivamente, exigindo que todo o povo se reunisse para uma Assembléia Solene e a celebração da Páscoa. Quatorze dias inteiros foram dedicados para buscar e adorar ao Senhor.
h) 2 Crônicas 34.31-33 – Josias reuniu o povo numa Assembléia Solene, e entraram numa aliança com o Senhor para andar em todos seus caminhos e cumprir todas as palavras da aliança, escritas no livro.
i) Esdras 6.16-22 – Zorobabel dirigiu o povo numa Assembléia Solene e uma celebração de sete dias da Páscoa, em que se separaram da impureza das nações, e se comprometeram a buscar ao Senhor Deus de Israel.
j) Esdras 8.21-23; 9.5-15 – Esdras proclamou um jejum no Rio Aava, para que todos pudessem se humilhar e buscar ao Senhor. No fim, fizeram uma humilhação pública, e afastaram o pecado de si, através de uma Assembléia Solene.
k) Neemias 8.1 em diante – Uma Assembléia Solene foi realizada na frente da Porta das Águas, onde foi lido o livro da lei de Moisés, hora após hora, e um compromisso foi feito por escrito, de afastar o pecado e buscar ao Senhor com todo seu coração.
l) Joel 1.13; 2.12-17 – Joel chamou uma Assembléia Solene em que todo o povo deveria comparecer, e onde todos deviam voltar ao Senhor com todo seu coração, com jejum, choro e lamentação, e onde deviam rasgar seus corações e não suas vestes.

Considere a situação na época da Assembléia Solene convocada pelo profeta Joel. O povo, como era comum, era culpado de pecado flagrante, que não fora confessado e nem abandonado. Deus os visitou com um juízo corretivo: uma praga de gafanhotos em tal proporção que nada semelhante havia sucedido até então.
“O que ficou do gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que ficou do gafanhoto migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que ficou do gafanhoto devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor”.
Além da terrível praga dos insetos, uma seca cruel afligira a terra. Os ébrios lamentavam porque não tinham vinho novo para beber; os sacerdotes choravam porque a oferta de manjares e a libação foram cortadas da casa do Senhor, os campos estavam arruinados, e a própria terra estava de luto, os lavradores uivavam, os animais gemiam e andavam errantes, pois não havia pasto para eles.
O próprio povo pranteava como virgem cingida de pano de saco pelo marido da sua mocidade.
O profeta anunciou as ordens: “Cingi-vos de pano de saco, e lamentai-vos ó sacerdotes: gemei ministros do altar! Entrai e passai, vestidos de pano de saco, durante a noite, ministros do meu Deus.”
“Santificai um jejum, convocai uma assembléia solene, congregai os anciãos, e todos os moradores desta terra para a casa do Senhor vosso Deus, e clamai ao Senhor”. “Tocai a trombeta em Sião, e daí o alarme no meu monte santo! Tremam todos os moradores da terra”.
“Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Voltai para mim de todo o vosso coração, com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes. Voltai para o Senhor vosso Deus.”
“Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de assembléia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os filhinhos, e os que mamam. Saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu tálamo. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele.”
O jejum, clamor, oração de intercessão movem o coração de DEUS, em resposta ao quebrantamento espiritual do povo, promessas foram dadas como encorajamento:
“Então o Senhor teve zelo da sua terra, e se compadeceu do seu povo. O Senhor responderá ao seu povo: Eu vos envio o trigo, o vinho novo e o azeite, deles sereis fartos, e não vos entregarei mais ao opróbrio entre as nações. Farei o exército do Norte partir para longe de vós e lançá-lo-ei em uma terra seca e deserta, a sua frente para o mar oriental, e a sua retaguarda para o mar ocidental. E subirá o seu mau cheiro, e subirá o seu fedor...”
Em resposta ao arrependimento coletivo do povo através de usar o meio divinamente ordenado da Assembléia Solene, a terra se regozijou e se alegrou. Os pastos do deserto ficaram verdes outra vez.
As árvores e vides deram seu fruto. E o fruto que deram não era um fruto comum, mas um fruto extraordinário, pois Deus aproximou mais os períodos de chuva, e fez com que o sol brilhasse sobre a terra, de tal forma que as eiras se encheram de trigo, e os lagares transbordaram.
Tão grande foi a bênção derramada pelo Deus que se compraz num povo quebrantado e contrito, que ele recuperou a eles os anos perdidos ao grande exército de gafanhotos.
O povo tinha em abundância, e estava satisfeito, louvando o nome do Senhor que operara maravilhosamente com eles. Sabiam que Deus estava no seu meio, que ele era o único Deus, e que não havia nenhum outro!

Encontramos uma oração por avivamento e a promessa de sua ocorrência em Joel 2.28-32; Habacuque 2.14-3.19 e Malaquias 4.
Infelizmente, alguns que se chamam “cristãos” não levam muito a sério este assunto de Assembléia Solene, porque todos os exemplos citados foram do Antigo Testamento. Neste caso, deveriam pensar a respeito de todo o tempo de preparação para o Pentecostes, à luz da Assembléia Solene, vemos que aqueles dias no cenáculo foram de fato uma Assembléia Solene, onde Deus manifestou poderosamente seu Espírito Santo, inaugurando assim a Igreja Neo-Testamentária.
Cada uma das pessoas levantadas por Deus para mobilizar os avivamentos foram antes de tudo grandes guerreiros de Intercessão, Jejum e Oração!
No apogeu de um grande avivamento Jesus aparece e é batizado por João Batista, depois de sair de um longo período de jejum e oração no deserto e ter vencido as tentações do diabo. Escolhe e treina seus discípulos; ascende aos céus, deixando-os na expectativa de receberam a promessa do Espírito (Lc 24.49-53; At 1.1-26).
O poderoso derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, inaugura o avivamento aquilo que Jesus havia predito (At 2.1-47). Marca-se, assim, o início de uma nova era na história da redenção. Por três anos Jesus trabalhara na preparação desse dia: – o dia em que a Igreja, discipulada por intermédio de seu exemplo, redimida por seu sangue, garantida por sua ressurreição, sairia em seu nome a proclamar o Evangelho “até os confins da terra” (At 1.8).
O livro de Atos registra a dimensão desse avivamento. Avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. E de lá para cá, são muitos os relatos da obra vivificadora do Espírito Santo na história da igreja, como por exemplo, na Alemanha com a Reforma Protestante do século XVI, na Inglaterra no século XVIII, entre os negros Zulus da África do Sul na década de 60 e na Coréia do Sul nestes últimos tempos, e o mais recente talvez seja o da décata de 90 em Toronto, Canadá.

Nos Estados Unidos, em 1734. Havia uma consciência da necessidade de alcançar os não-crentes e fortalecer os já convertidos. Jonathan Edwards (1703-1758), com sua simplicidade de vida e muita oração, exerceu grande impacto sobre as pessoas. George Whitefield (1714-1770) foi outro grande avivalista desse período. O resultado do trabalho desses homens foi milhares de conversões e o nascimento de muitas igrejas. Na Nova Inglaterra (EUA), numa população de 300 mil pessoas, houve entre 30 e 40 mil conversões. Houve fortalecimento moral nos lares, fundação de cursos teológicos e de obras sociais.

Já na Europa, várias ondas de grandes avivamentos começaram após a metade do século XVII. Em 1670, na Alemanha, o pastor Philip Spener organizou reuniões para estudo bíblico e oração nas casas. Surgiram obras sociais e um novo vigor espiritual veio sobre a igreja luterana. Fundaram-se muitos campos missionários.
O avivamento dos Morávios iniciou-se em 1727. Começaram a buscar ao Senhor em oração e, de repente, houve um derramar do Espírito sobre a igreja. Havia choro, quebrantamento e manifestações até entre crianças. Os morávios iniciaram um ministério de oração contínua que durou mais de 100 anos, 24 horas de oração diária e ininterrupta.
Na Inglaterra, João Wesley foi o instrumento de Deus para mudar a história da igreja. Homem de oração deu ênfase ao estudo bíblico. Opôs-se ao álcool, à guerra, à escravidão. Houve muitas conversões.
Já no século XIX alguns homens foram instrumentos de Deus para liderar grandes avivamentos:
Charles G. Finney foi poderoso na Palavra, na oração e no testemunho. Viveu nos Estados Unidos. Sob a influência de sua pregação, igrejas foram renovadas, nasceram novas comunidades, pessoas deixaram vícios, etc.
Charles H. Spurgeon (1834-1892) foi professor de crianças na EBD e viu muitos pais se converterem com o testemunho dos filhos. Spurgeon foi poderoso na pregação. Sinais e prodígios eram comuns em suas reuniões. Esse avivamento iniciou-se na Inglaterra e alcançou outros países.
Dwight L. Moody viveu de 1837 a 1899, nos Estados Unidos da América. Calcula-se que cerca de 500 mil pessoas entregaram-se a Cristo por seu intermédio. Dedicou-se a EBD. Começou com 12 crianças e, em poucos anos, esse número chegou a 12 mil.
Que Deus derrame do seu Espírito sobre nós para que possamos, como igreja e povo brasileiros, experimentar mais uma vez aquele "fogo abrasador" que nos purifica e nos santifica para uma vida cristã de obediência à sua Palavra e somente assim transformarmos nossa sociedade tão corrompida pelo pecado.

Desafio: Deus está levantando uma geração de cristãos verdadeiramente comprometidos com o evangelho. Um comprometimento radical, um concerto profundo, uma vida no altar, semelhante ao que aconteceu na vida de cada personagem bíblico analisado neste capítulo: - Você esta disposto a ser um Agente Mobilizador de Avivamento em sua comunidade? Você esta disposto a correr riscos, se expor, denunciar o pecado, derrubar os postes ídolos em sua vida? E em sua igreja? E cidade?
Lembre-se que Marcos 10:30 “que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna” e 2 Timóteo 3:12 “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.”

Caso a resposta seja sim, comece agora mesmo a jejuar, orar e a interceder!