Por Pr. Sérgio Mascarenhas
O pentecostalismo, nome que
levamos em nossa identificação cristã além da evangélica, se dá primeiramente
por ser uma promessa de Deus profetizada por Joel (2.28,29), confirmada por João
Batista (Mt 3.11) e ratificada por Jesus (Lc 24.49; At 1.4) até o dia da
manifestação em si:
At 2.1. Cumprindo-se o dia
de Pentecoste, estavam todos reunidos no mesmo lugar
2.2. de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
2.2. de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
A nomenclatura, pentecostal, se dá pelo fato de o
Espírito Santo descer na inauguração da igreja, no dia de Pentecoste (festa
judaica que comemorava os cinquenta dias de colheita). Portanto, ser pentecostal
é identificar-se com a experiência que veio aos seguidores de Cristo naquele
dia, no ajuntamento em Jerusalém quando, as cento e vinte pessoas reunidas,
aguardavam tal visitação da parte de Deus.
Essa experiência sobrenatural
é evidenciada, geralmente, com a manifestação ininteligível de uma linguagem
chamada pelo apóstolo Paulo de “línguas estranhas” ou “fala de mistérios” (I Co
14.2). A teologia denomina tal efeito de glossolália, termo que deriva do grego
glossa (língua) e lalia (falar) visando a edificação como finalidade (I Co
14.4). Ou, ainda, dentro da regra, quando ocorre a manifestação inteligível,
como no caso do dia de Pentecoste, em que os batizados falam línguas idiomáticas
dos povos que visitavam Jerusalém por ocasião da Páscoa (At 2.5-11). Frederich
D. Bruner resume dizendo que é “expressão vocal inspirada pelo
Espírito1”.
Importante salientar que essa
experiência vai além da imersão no corpo de Cristo (I Co 12.13), momento em que
há conversão-regeneração (aspecto soteriológico); e também além da imersão no
batismo nas águas (Mt 28.19) que é o testemunho público da fé internalizada
(aspecto dogmático). Por isso, todo cristão é batizado (pelo Espírito Santo) em
Cristo, mas nem todo cristão é batizado (por Cristo) no Espírito (aspecto
pneumatológico), conforme as passagens em Atos (8.15-17 / 10.44-46 /
19.4-6).
O que muitos estranham nessa
doutrina é que o apóstolo e teólogo Paulo não se aprofunda em seus comentários
ao falar do selo do Espírito na conversão (Ef 1.13) e do enchimento no cotidiano
(Ef 5.18), deixando de lado a experiência do batismo com o Espírito Santo em si,
como faz Lucas, numa visão histórica, ao escrever Atos dos
Apóstolos2.
Tal batismo torna o homem
pleno e cheio da terceira pessoa da trindade, o que significa que o controle
total é d’Ele, em função da pessoalidade-intimidade que Ele causa. Por isso, são
estas as premissas que antecedem tal imersão: encarnação dos frutos do Espírito;
arrependimento na busca de santidade; obediência à palavra de Deus; desejo
diligente de revestimento para o serviço. Em suma, é poder para testemunhar com
ousadia o que Deus é e faz (At 1.8), de forma proclamadora (Mc 16.15) e também
quanto discipuladora (Mt 28.19,20).
Surge, então, o caráter
profético da comunidade de Cristo (igreja), tanto para a efetivação da tarefa
evangelística e missionária (I Co 14.22), quanto para a edificação e revelação
sobre aspectos pessoais do indivíduo em si (I Co 14.24,25). Por isso, a igreja
que dá vazão para tal manifestação, incentivando tais experiências, é alvo das
facetas do Espírito Santo com suas atuações sobrenaturais (fogo, vento, óleo,
pomba).
Batismo com Espírito Santo não
deve se resumir ao exibicionismo personalista de líderes para propagandas de
shows pentecostais. Deve, sim, ser o pedido de cada coração desejoso de
transformação pessoal, entre outras coisas, e causando uma espiritualidade
legítima por meio do fervor da busca diligente, que colocará à disposição de
Deus todo crente para qualquer serviço3.
Esse é o propósito do batismo
com o Espírito Santo, logo, o pentecostalismo.
1. BRUNER,
Frederick D.; Teologia do Espírito Santo. São Paulo, Ed. Vida Nova, 1989.
2. MENZIES, William W.;MENZIES, Robert P. No Poder do Espírito: fundamentos da experiência pentecostal, um chamado ao diálogo. São Paulo: Ed. Vida, 2002.
3. FÁBIO, C.; Avivamento Total, www.semeadoresdapalavra.queroumforum.com
2. MENZIES, William W.;MENZIES, Robert P. No Poder do Espírito: fundamentos da experiência pentecostal, um chamado ao diálogo. São Paulo: Ed. Vida, 2002.
3. FÁBIO, C.; Avivamento Total, www.semeadoresdapalavra.queroumforum.com