domingo, 5 de agosto de 2012

O QUE É SER PENTECOSTAL?

Por Emmanuel Martins
INTRODUÇÃO:
O movimento pentecostal moderno surgiu no inicio do século passado, trazendo vitalidade e uma nova perspectiva em relação à continuidade do batismo no Espirito Santo e dos dons espirituais exercidos na igreja cristã durante alguns séculos, que por meio da falta de estimulo à fé das pessoas em buscarem houve um esfriamento na manifestação deles.
Mas após o avivamento pentecostal do inicio do século, os anos foram se passando e alguns desvios começaram a surgir em nosso meio, principalmente com o avanço do neopentecostalismo.
Modismos começaram a surgir. Doutrinas estranhas começaram a ser ensinadas em nossos púlpitos.
O problema começa aí. Pois muitas pessoas resumem o “ser pentecostal” a algumas praticas extra bíblicas, tais como, oração em montes, unção do riso, unção financeira, unção dos quatro seres, movimento reteté e muitas outras excentricidades com titulo de pentecostal. Chegando ao ponto de que se você não acredita ou não pratica essas coisas você não é pentecostal.
Então vamos analisar a luz da bíblia e da nossa historia o que é ser pentecostal.
AS RAIZES DO PENTECOSTALISMO MODERNO.
Bem, há quem diga que o pentecostalismo moderno tem sua raiz no cenáculo em Jerusalém. Ledo engano. No cenáculo está ligada a Igreja cristã como organismo vivo, como corpo de Cristo. No entanto somos assim chamados, pentecostais, por que acreditamos que a mesma experiencia do pentecostes está disponível a nós nos dias de hoje.
O pentecostalismo se enquadra nas ondas de reavivamento que a igreja cristã viveu a partir do século XVIII. Então assim como ao falar sobre presbiterianismo você vai lembrar de Calvino, ao falar de congregacionalismo, você vai lembrar de Jonatan Edwards e ao falar do metodismo você vai lembrar de John Wesley, ao falar do pentecostalismo você vai lembrar de William Seymour e da rua Azusa. Pois foi lá que tudo começou de fato.
Por influencia do derramar do Espirito que estava acontecendo no país de gales muitos irmão de Los-Angeles estavam orando ao Senhor por uma avivamento. E ele veio. De forma inesperada em um lugar inesperado.
Muitas igrejas têm orado para um Pentecoste, e o Pentecoste veio. A pergunta agora é, será que o elas aceitarão? Deus respondeu de uma forma que elas não procuraram. Ele veio de uma forma humilde, como no passado, nascido em uma manjedoura.” - The Apostolic Faith, setembro de 1906
Essa foi a narrativa publicada no auge do Avivamento. A partir de Azusa muitos irmãos, pastores, evangelistas, sábios e leigos foram inflamados pelo poder do Espirito Santo e incitados a pregar o evangelho quadrangular às nações.
A intenção destes irmãos não foi formar uma nova denominação e sim incendiar, as que já existiam, com o fogo do Espirito.
Isso é algo descrito através do fato de que nessas reuniões irmãos de várias denominações participavam.
Porém como o movimento não foi aceito em muitas denominações, acabou que muitas das pequenas comunidades pentecostais que se reuniam se organizaram tanto de forma administrativa quanto doutrinaria e formaram algumas denominações, entre elas as Assembleias de Deus nos Estados Unidos.
Já aqui no Brasil, a Assembleia de Deus foi formada por alguns irmãos da igreja batista de Belém do Pará, aonde os missionários suecos Daniel Berg E Gunnar Vingren foram recebidos e de lá excluídos devido a descrença nesta "nova doutrina", como diziam, pelos lideres da igreja que não aceitaram a mensagem pentecostal.
Então, liderados pelos misionarios em 18 de junho de 1911 na casa de uma irmã chamada Celina de Abuquerque começou as reuniões da Missão afé Apostolica, anos depois denominada de Assembléia de Deus.
EM QUE ACREDITAM OS PENTECOSTAIS?
Nós pentecostais em nossos primórdios pregávamos os quatro pilares da nossa fé como sendo: Jesus Salva, Jesus cura, Jesus Batiza com o Espirito Santo e Jesus Voltará.
Já hoje a maioria das igrejas genuinamente pentecostais tem seus credos doutrinários em conformidade com a ortodoxia.
Vejamos o credo doutrinario das Assembleias de Deus:
“CREMOS

1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19 e Mc 12.29);

2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17);

3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9);

4) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurar a Deus (Rm 3.23 e At 3.19);

5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8);

6) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor. (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9);

7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12);

8) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e 1Pd 1.15);

9)
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);

10) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade (1Co 12.1-12);

11) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda — visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 4.16, 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14);

12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10);

13)
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15);
14)
E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).”
MAS ENFIM, O QUE É SER PENTECOSTAL?
Ser pentecostal primeiramente é ser cristão. Ou seja todo pentecostal é servo de Jesus. Ser pentecostal é acreditar na plena atuação do Espirito Santo hoje na igreja assim como o foi no principio. Crendo nos dons Espirituais e na atualidade do batismo no Espirito Santo como sendo uma benção subsequente e diferente da regeneração também efetuada pelo Espirito e diferente do batismo no corpo de Cristo.
Existe muita gente enganada, pensando que ser pentecostal é ser fanático, insano e burro de bíblia.
Há ainda os que, no nosso meio mesmo, pensam que ser pentecostal é ser superficial extravagante e incontrolado em relação às suas emoções.

Mas ser pentecostal é ser dependente do poder do Espirito e crer que podemos ser revestidos dele, de maneira que nosso espirito transborda em línguas estranhas em resposta a este derramar.