quinta-feira, 23 de junho de 2011

As Sete Igrejas da Ásia (Autor: Pr. João A. de Souza)

Texto: Ap 1.10-20
“Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro”.
“A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.”
“Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.”
“Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.”

Havia outras cidades próximas, como Colossos, Mileto, Hierápolis, mas, por que Jesus não as menciona? No Ap existem vários períodos de sete. Sete trombetas, sete selos etc. E, talvez aí esteja a razão de serem apenas sete igrejas!
Algumas perguntas sobre essas sete cartas que Jesus enviou aos anjos das sete igrejas:
1.    Quem é o anjo de cada igreja? A palavra anjo às vezes é traduzida como “mensageiro”. A idéia de que o anjo da igreja é um pastor não encontra respaldo na igreja primitiva, porque a igreja era governada por uma pluralidade de “pastores” ou presbíteros (Veja At 20.17 e ss; 1 Pe 5.1 e ss.). Caso o anjo tenha sido um homem, quem seria hoje o anjo da igreja de Cachoeirinha, ou de Porto Alegre? Naquela época, como hoje, havia outras cidades dentro do perímetro de uma grande cidade. Por ex: Porto Alegre tem mais de 25 municípios ao redor. Quem seria o “anjo” de cada cidade? Portanto, é de se pensar!
2.    O anjo da igreja é um anjo mesmo? Se for um anjo, então aos anjos é designado poder e autoridade sobre assuntos espirituais. Havia o anjo que cuidava de Israel e que conduziu o povo pelo deserto. Os judeus acreditavam que as nações foram divididas e dadas a setenta anjos para cuidarem delas (Dt 32.8 na versão dos LXX; Ex 33.2; Jz 2; 2 Cr 32.21 etc.). É possível que Deus tenha distribuído responsabilidades aos anjos. Mas, fica a pergunta: Se for um anjo de verdade, então, a responsabilidade toda é dele, e o homem fica isento de culpa, numa boa! Pode-se errar como líderes que o culpado é o anjo!
3.    Portanto, atribuir ao pastor o papel de anjo da igreja é uma temeridade; e atribuir aos anjos a responsabilidade da igreja é uma aventura espiritual e tanto! O mistério continua. Alguém, em cada época tem de ser responsabilizado pelo estado da igreja!
Um período da história?
Para alguns teólogos, as sete igrejas representariam sete períodos da história, para outros, as sete igrejas representam o que acontece com a igreja de uma cidade. Quer dizer, o que acontecia em Éfeso, Esmirna e Pérgamo sempre aconteceu com a igreja em todos os tempos, até agora.
Os sete períodos da história seriam:
a) Éfeso – A igreja da primeira época. Pureza. Amor. Os primeiros anos da igreja.
b) Esmirna – que significa resina aromática de uma árvore que quando é cortada, exala seu perfume. Foi a época da perseguição e do martírio que termina com o edito de Milão, ou Edito da Tolerância com o imperador Constantino (313 d.C.).
c) Pérgamo. Cidadela. Acrópole. Período dos compromissos da igreja com os governos. Na igreja foram introduzidos os pagãos. (Ap 2.24).O período do século IV ao século VII. Uma igreja corrompida, pagã em que havia uma mistura de paganismo e cristianismo.
d) Tiatira. Doce sabor de trabalho. Do século VII ao século XVI. O período da apostasia. Idade média. Jezabel é símbolo de uma apostasia religiosa. O pecado travestido de religiosidade.
e) Sardes, a igreja do período da Reforma. A volta da pregação bíblica, do remanescente fiel.
f) Filadélfia – amor fraternal – A partir desse período surgem os maiores movimentos da história da igreja. Era do avivamento. Começam os estudos de Daniel e de Apocalipse.
g) Laodicéia – uma igreja fora do padrão de Deus. Uma igreja que pensa que tudo está bem, em ordem, mas que não está agradando ao coração de Deus. Jesus não elogia esta igreja, no entanto a ama!
4.    O que existe de bom e de ruim em cada Igreja, que não exista hoje na igreja mundial e brasileira? Todos os períodos da igreja estão também presentes na igreja de hoje. Ainda existem igrejas que amam de verdade; existem igrejas localizadas em países em que os crentes são martirizados… E existem e sempre existiram os remanescentes, em todas as épocas da igreja!
5.    Portanto, tenho para mim que as sete cartas refletem também os sete pecados que existem na igreja em todos os tempos.
Conhecendo o dono da Igreja.
1. Ele é o edificador e dono da igreja: “… edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
2. “…e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro” (Ap 1.13). Observe duas coisas: A roupa e o cinto. Ele aparece vestido com vestes de autoridade, não como sacerdote. A vestimenta comprida tem o sentido de autoridade governamental, judiciária. Com autoridade central da igreja, e podendo dar o veredicto sobre ela. O cinto nas Escrituras tem dois aspectos: O cinto sobre os lombos, fala de atividade; o cinto sobre o peito fala de fidelidade e afeição; aqui fala do seu amor e afeto. Cada veredicto que ele dá em como base seu infinito amor e fidelidade.
Enquanto as vestes falam de sua função; as demais descrições falam de seu caráter. “A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.”
3.Aqui somos levados a ver sete coisas em Jesus: Sua cabeça, seus cabelos, seus olhos, seus pés, sua voz, suas mãos, sua boca e seu rosto.
a) “A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve”. Aqui fala de sua pureza e de sua eternidade. Cabelos brancos são marca da idade, que nem sempre significa velhice. Por isso é símbolo de pureza.
b) “os olhos, como chama de fogo”. Olhos que penetram e que vê tudo o que está oculto. Aquele que anda no meio da igreja vê tudo o que está acontecendo.
c) “os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha”. Pés indicam atividade; procedimento. O bronze é símbolo de resistência; e o fogo símbolo da purificação. Ele jamais é contaminado, mesmo andando no meio de uma igreja impura.
d) “a voz, como voz de muitas águas”. Uma pessoa só tem idéia do que isto significa quando visita as cataratas do Iguaçu. O barulho das águas é ouvido de longe. O que significa? É uma voz com tons diferentes. Como em Hb 1.1: “muitas vezes e de muitas maneiras”. É como se todas as águas se unissem para formar uma única voz: A voz de Jesus está em tudo: Nas artes, na música, na ciência, na literatura, na vida. Ele tem algo a dizer sobre tudo.
e) “Tinha na mão direita sete estrelas”. A mão direita significa domínio e autoridade administrativa. As sete estrelas, que são os anjos das igrejas, indicam que o líder ou líderes da igreja estão num lugar tranquilo, protegidos pelo poder e autoridade de Jesus. Que privilégio ser segurado pela mão de Jesus ouvindo o que ele tem a dizer.
f) “e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes”. A espada afiada significa que sua palavra corta e penetra, como em Hb 4.12: “Mais cortante que espada alguma de dois gumes, e penetra…”.
g) “O seu rosto brilhava como o sol na sua força”. A aparência é a totalidade da expressão facial de uma pessoa. Todas as características acima, resultam na glória de sua face. Sua excelência!
4. Jesus interpreta o mistério (Ap 1.20): “Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.”
a) Uma coisa é certa: Jesus segura, protege e controla os que ele coloca como autoridade sobre a igreja. Ele preside a igreja. Os mensageiros ou os anjos não têm autoridade em si mesmos, a não ser a autoridade delegada por Cristo. O governo está nas mãos de Jesus.
b) “… candeeiros de ouro” ou “lâmpadas”. Uma lâmpada pressupõe luz, que precisa ter óleo para iluminar, e nas Escrituras o óleo é sempre uma figura do Espírito Santo. Jesus mesmo diz que as lâmpadas são as sete igrejas, o que significa que cada igreja é um centro de luz. O cenário parece ser noturno, e a única luz parece vir das lâmpadas. A igreja é a luz do mundo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Morre o Pastor Francisco Pacheco de Brito: Partiu para Eternidade em pleno Centenário um baluarte da Assembléia de Deus no Brasil

Pastor e Pai Francisco Pacheco de Brito faleceu hoje às 17:00. O que direi diante de uma noticia como esta? O que pensamos do futuro de nossa Igreja, quando vemos homens do quilate do pastor Pacheco partir?
 Partiu. Voou para o reino eterno. E cumpri-se na vida do nosso pastor aquele hino que tanto tinha ele prazer em Louvar:
"Qual filho de seu lar saudoso,
Eu quero ir;
Qual passarinho para o ninho,
Pra os braços Seus fugir;
É fiel – Sua vinda é certa,
Quando… Eu não sei.
Mas Ele manda estar alerta;
Do exílio voltarei. " Hc 36
Ele foi para o lugar que Ele sempre pregou e disse que queria morar lá. Partiu e deixará um vazio enorme em nossos corações. Aquele rosto amigo, sereno. Sempre calmo. Simples mais austero. Não, eu não tenho palavras para descrever sequer um pouquinho o que o pastor Pacheco representava para a Igreja do Senhor. Para mim ele era muito mais que um pastor. Era um Herói da Fé. O pastor Pacheco partiu, mas seus conselhos, palavras, e até os seus gracejos, jamais sairão de nossas lembranças.
Fica esse vazio na Assembléia de Deus em Campina Grande.
Lamento!