domingo, 8 de abril de 2018

A EXPERIÊNCIA DO ESPÍRITO PARA VOCÊ

(Lc 11. 9-13)
INTRODUÇÃO:

Há uma preciosa experiência que o Senhor provê para o seu povo, e sobre ela vamos aprender com muito entusiasmo hoje;
Que experiência tão importante seria esta? Para quem é essa experiência? Qual o sinal de que eu a recebi?
Vamos observar a necessidade que há de buscar esta experiência e vincular esta busca à oração, tanto no evangelho de Lucas como no livro de Atos dos Apóstolos.

I – O ENSINO DA EXPERIÊNCIA DO ESPÍRITO PARA A IGREJA PRIMITIVA E PARA NÓS HOJE:

Lucas ao escrever tanto o evangelho quanto o livro de Atos assim o fez na intenção de instruir um grego recém convertido chamado Teófilo (que traduzido quer dizer “amigo de Deus”) acerca das coisas que entre eles “se cumpriram” (Lc 1. 1-5).  Isso se deu entre os anos de 60 a 65.
Sendo endereçada primeiramente a Teófilo, as duas perícopes foram posteriormente usadas como fonte de confirmação do cristianismo primitivo pelas igrejas da época.
Lucas através de seus escritos tem a intenção de descrever pelo menos três coisas:


a.       As obras de Jesus através do Espírito: Ele vai narrar seus milagres como sendo decorrentes da plenitude do Espírito a partir de seu batismo (Lc 4. 14). Lucas vai nos ensinar que o que Jesus fez foi como homem ungido e revestido pelo Espírito (At 10.38).
b.       Os ensinos de Jesus aos seus discípulos: Como sendo Jesus o cabeça da Igreja e sua eterna fonte na salvação, vemos através das palavras dele descritas por Lucas ensino autoritativo para a Igreja de todas as épocas e eras até sua volta.
c.       As obras e os ensinos de Jesus por intermédio do seu Espírito através da sua Igreja: Em Atos temos a continuação do ministério de Jesus, só que nesta feita, através de sua igreja, primariamente por intermédio de seus santos apóstolos e posteriormente pelos seus discípulos em geral. Podemos ter esta noção a partir de At 1.1.

Dos escritos de Lucas (Lucas e Atos dos Apóstolos) podemos tirar textos que servem de base para várias doutrinas centrais da fé cristã, quais sejam:

a.       Onipotência de Deus (Lc 1. 37);
b.       Nascimento virginal de Jesus Cristo (Lc 1. 26-38);
c.       Messianidade de Jesus (Lc 4. 17-21);
d.       Doutrina sobre o jejum (Lc 5. 33-39);
e.       Soberania de Jesus em relação ao sábado (Lc 6. 1-5);
f.        Sermão do monte (Lc 6. 17-49);
g.       A humanidade de Jesus (Lc 8. 23);
h.       Chamado salvífico (Lc 9. 23);
i.         O amor salvífico de Jesus (Lc 19. 10);
j.         A crucificação (Lc 23. 33-48);
k.       A ressureição de Jesus (Lc 24. 1-12);
l.         A grande comissão (At 1.8);
m.     O retorno de Jesus em glória (At 1. 11);
n.       A suficiência de Jesus na salvação (At 4.12);
o.       A divindade do Espírito Santo (At 5.3-4);
p.       A instituição dos diáconos (At 6. 1-6).

Temos aqui algumas doutrinas, mas através de uma investigação minunciosa poderíamos encontrar tantos outros textos que corroboram no entendimento de tantas outras doutrinas bíblicas. Mas não é minha intenção com este artigo isso, fiquemos apenas com estes exemplos para entender que os escritos Lucanos também servem para doutrinar.

No entanto, minha intenção é mostrar que assim como utilizar Lucas/Atos para fortalecer doutrinas como as tais que citamos, podemos também para embasar a doutrina Pentecostal. Lucas vai falar sobre a experiência do Espírito em seu caráter carismático de revestimento de poder e capacitação pelo menos 40 vezes, enquanto que Paulo apenas uma vez em Ef 5.18, nos dando maior base para tratar da pessoa e obra carismática e capacitadora do Espírito.

Então, podemos compreender que o que Lucas escreve sobre o Espírito, fazia parte da crença comum da Igreja do primeiro século.
Principais textos que falam do batismo no Espírito Santo e as múltiplas expressões usadas por Lucas para designar tal experiência:

a.       “A promessa do pai”: Lc 24. 49;
b.      “Revestidos de poder”: Lc 24. 49;
c.       “Batizados com o Espírito Santo”: At 1. 5;
d.      “Recebereis a virtude/ poder”: At 1. 8;
e.       “Cheios do Espírito Santo”: At 2. 4
f.        “Derramar do Espírito”: At 2. 17;
g.      “Derramar a promessa”: At 2. 33;
h.      “O dom do Espírito”: At 2. 38;
i.        “A promessa”: At 2. 39;
j.        “Receber o Espírito”: At 8. 15;
k.      “O Espírito descer”: At 8. 16;
l.        “Cheio do Espírito”: At 9. 17;
m.    “Caiu o Espírito”: At 10. 44;
n.      “dom derramado”: At 10. 45;
o.      “Cair o Espírito sobre”: At 11. 15;
p.      “Batizados com o Espírito”: At 11. 16;
q.      “Receber o Espírito quando crer”: At 19. 2;
r.        “O Espírito veio sobre”: At 19. 6.

Através destes textos podemos ver que cada uma destas expressões estão intimamente atreladas a uma única experiência, que é justamente a que Jesus havia instruído os seus discípulos, a qual Lucas descreve em At 1. 5, chamada numa forma substantivada de Batismo no Espírito Santo.

II – UMA EXPERIÊNCIA PARA OS FILHOS

Entendido que aquilo que Lucas ensina tem valor didático e doutrinário também para nós hoje, vamos aprender sobre a Obra do Espírito neste evangelho e em Atos.
É ensino comum nos evangelhos, e também em Lucas, a oração modelo. E nela o Senhor Jesus instrui aos discípulos a se direcionarem a Deus chamando-o de “Pai”. Mostrando que há uma paternidade/filiação entre Deus e aqueles que o servem, conforme Lc 11. 2. Logo, ele ensina que a oração genuína é feita pelos filhos ao Pai que está nos céus.
Desde a experiência inicial de Jesus no Espírito veremos que há uma conexão entre o enchimento capacitador do Espírito com a oração (Lc 3. 21-22);

No batismo de Jesus veremos que o Espírito desce sobre o filho, mostrando que Jesus mesmo nascido do Espírito (Lc 1.35) lhe era necessário ser cheio e revestido do Espírito (At 10.38). E isso ocorre tendo orado.
Logo, quando temos Lucas reproduzindo o ensino de Jesus sobre a oração em Lc 11. 13 temo-lo, incentivando aos seus leitores a buscarem o batismo no Espírito através da oração e petição insistente ao Pai.  A experiência que Lucas trata é uma experiência semelhante a de Jesus no seu batismo por João. É uma experiência para os filhos, pois ele diz que “o Pai dará o Espírito Santo aos que lho pedirem”. Logo a quem ele faz referência de petição? Aos filhos!
Portanto, esta experiência não se trata de uma ação regeneradora do Espírito como em João 3.5, pois os que devem pedir por ela já são filhos, e como tal, renascidos e de novo gerados. Se você é filho de Deus, pode pedir que ele lhes suprirá abundantemente com o Espírito.

Foi assim que ocorreu em At 2. 4. Os discípulos estavam perseverantes em oração (At 1.14) e receberam a experiência do Espírito. Em At 4.31, os discípulos tendo orado foram cheios do Espírito. Em samaria os apóstolos oravam para que os samaritanos recebessem a experiência do Espírito (At 8.15) e em At 9. 17 foi em resposta à oração que Saulo tornou a ver e foi cheio do Espírito Santo.

III – UMA EXPERIÊNCIA DE JÚBILO

Lucas sempre em conexão ao recebimento do poder do Espírito ele vai vincular atividades carismáticas, ou seja, dons são relacionados.
O batismo com o Espírito Santo é um revestimento de poder do Alto, com a evidência física e inicial de falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo conceda pela sua instrumentalidade.
Esta evidência do batismo é notória em todos os exemplos bíblicos onde há concessão de poder do alto. Em pentecostes (At 2. 4), em Samaria (At 8. 14-17) embora não seja explícito no texto que eles falaram em línguas, estudiosos das Escrituras admitem que sem esta evidencia os apóstolos não saberiam de fato se eles teriam recebido ou não o batismo com o Espírito Santo, e até por que também a bíblia diz que “Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo lhes ofereceu dinheiro” (At 8. 18). Raciocinemos pois, o quê ele viu? Certamente o mesmo sinal descrito no restante do livro de Atos, línguas estranhas.

Sobre Saulo em Damasco também é possível esta manifestação pois em Atos 9. 17-18 diz que Saulo foi “cheio do Espírito Santo” e mais tarde em 1 Co 14. 18 ele diz: “falo mais em línguas do que todos vós.” Ele não estava falando de idiomas, e sim de línguas que provém do espírito humano (1 Co 14. 2), impulsionado pelo Espírito de Deus (1 Co 14. 14; At 2. 4).
Sobre os irmãos na casa de Cornélio vemos a mesma manifestação, e Pedro ficou pasmado pela forma em que o Espírito veio sobre eles (At 10. 45-46; 11. 15-17). Eles falavam em línguas e magnificavam a Deus. Sobre os discípulos em Éfeso da mesma forma, após mais ou menos vinte anos após o pentecostes, ele receberam o cumprimento da promessa, e falavam em línguas e profetizavam (At. 19. 6).

CONCLUSÃO

Nós aprendemos pela palavra que o Senhor deseja que busquemos esta tão maravilhosa promessa da experiência do Espírito, pois somente através do Poder do Espírito Santo é que poderemos cumprir do mesmo modo que a igreja primitiva cumpriu, o propósito de Deus para nossa geração.
Portanto, busquemos, peçamos e batamos na porta da graça até que “seja derramado sobre nós o Espírito lá do alto” (Is 32. 15).

Não se contente com nada menos do que a poderosa unção do Espírito sobre você. Ele deseja lhe inundar e ativar em ti os seus dons. É através da oração e busca sincera que o Espírito vem atuar sobre corações sedentos.

Sem medo de receber alguma outra coisa, pois a promessa é que se pedirmos o Espírito ele não nos dará uma escorpião ou uma cobra, peça ao Senhor para lhe encher do seu poder. A unção já está aí. Receba em nome de Jesus! 

Vem Espírito Santo! Sopra sobre este servo de Deus!

6 comentários:

Anônimo disse...

Paz do Senhor Jesus
Irmão Emmanuel, Bem sei da importância do Espírito Santo, sou jovem e desde de minha conversão sempre acreditei no poder do Espírito Santo, mesmo antes de chegar ao caminho do Senhor sempre que ouvia alguém falar em Línguas nunca fui de acha estranho ou coisa de outro mundo, sempre respeitei e achava muito interessante. Hoje pela misericórdia de Deus sirvo como diácono em uma pequena igreja local onde moro (AD), ainda não sou Batizado no Espírito Santo, e ando triste por esse fato, já busquei tanto, já pedi, já sonhei sendo batizado, Deus já levantou irmãos para dizer que eu seria batizado e confesso que estou ansioso para esse momento, mas tem sido difícil esperar, posso ministrar, ensinar. Mais mesmo assim vejo que não tem o mesmo poder daqueles que já são batizados, veja que não é inveja, mas reconheço que tem diferença.

Ontem contemplei uma criança sendo Batizada e alegrou o meu coração em ver, e ao mesmo tempo fiquei frustado perguntei a Deus "E eu Jesus"? e a cada dia que passa fico triste em não ter recebido, Já perguntei a Deus se tinha algo errado comigo, já pedi para ele remover de mim os impedimentos para que isso ocorresse.

Emmanuel Martins disse...

Olá irmão Thiago. A paz do Senhor.

Querido, o batismo no Espírito Santo conforme vemos em At 2. 38 é um dom. E como tal nós não recebemos por merecimento, ou deixamos de receber por ausência disto. Nós recebemos por graça de Deus, favor imerecido. Eu mesmo recebi em um momento inusitado quando nem ao menos fazia parte de uma denominação pentecostal. Mas por graça e misericórdia o Senhor me batizou.

Infelizmente para receber o batismo a palavra do Senhor não nos trás um caminho claro, uma receita. Mas ela nos mostra diretrizes que nos serve para nortear nossa vida no caminho desta benção.

Conforme discorro no artigo ora comentado, há um vínculo bem estreito entre o recebimento do batismo com a oração. Vemos isto dese a experiência de Jesus em Lucas 3, até mesmo dos efésio em At 19.

Eu recebi o batismo enquanto orava. E o Willian J. Seymour, grande homem de Deus usado no avivamento da rua Azusa, passou vários meses orando de cinco a sete horas por dia para receber. Então, não que seja norma pra você, mas continue perseverando em oração. No entanto, busque abandonar a ansiedade, pois é pecado. No momento que o Senhor Jesus diz para não andarmos ansiosos por coisa alguma e nós ficamos(Mt 6. 31; Fp 4. 6), estamos desobedecendo e consequentemente pecando.

Então, se entregue cada dia mais ao dispor do Espírito que no tempo dele, você será cheio. Lembre-se, o batismo é um dom, e como tal não é dado por merecimento.

Deus te abençoe.

luiz Fernando disse...

Irmão. A Paz do Senhor. Posso afirmar, baseado em 1 Cor 12:29-30 que algumas pessoas não faltarão novas línguas? Embora sejam batizadas pelo espirito?

Emmanuel Martins disse...

Olá irmão Luiz. A paz do Senhor!

Querido, primeiramente precisamos entender o contexto destes versículos, e o assunto que eles tratam.
Primeiramente, no contexto do batismo no Espírito Santo, os exemplos em Atos dos apóstolos nos mostram que todos os que foram batizados falaram em novas línguas (At 2.4; 10. 44-46; 19. 6; 9. 17 cf 1Co 14.18).

No entanto, Paulo vai tratar da manifestação do dom de línguas NO CULTO, no texto citado pelo irmão. E obviamente, num culto onde os dons se manifestam nem mesmo os todos os irmãos batizados no Espírito falam em línguas.

Também é necessário citar que, baseado neste texto podemos compreender que nem todos que recebem o sinal das línguas como evidência do batismo com o Espírito, recebem as linguas como dom permanente. Sendo assim, requer a diferenciação das línguas como sinal do batismo e dom residente.

Unknown disse...

Paz irmão Emanuel,desculpa fugir do assunto, mas o irmão acha que o tal de ''Reteté'' é demoníaco?
Ou é o Espírito Santo? Tenho dúvida biblicamente acerca deste assunto!Eu sempre achei estranho, pois vim de uma AD que o Pr. Presidente dizia assim : ''Se você quer dançar no reteté vai dançar lá no inferno, aqui é ASSEMBLÉIA DE DEUS, aqui temos um culto racional.'' Ele dizia que era errado e que não procedia de Deus, porém vejo algumas apoiando esta prática,o irmão poderia me esclarecer.

Unknown disse...

Alelua🔥