segunda-feira, 16 de março de 2009

Os Avivamentos através da história

Autor: Pr. Antônio Gilberto

Deus é infinitamente poderoso para ainda hoje derramar sobre nós o seu Espírito como um rio transbordante, da mesma maneira como fez no passado.
IRINEU (130-200dC), bispo de Lyon, na Gália.
Declarou que no seu tempo muitos cristãos falavam línguas estranhas pelo Espírito e tinham dons, inclusive o de profecia. Irineu foi discípulo de Policarpo, bispo de Esmirna, que, por sua vez, fora discípulo de João, o apóstolo.
JUSTINO MÁRTIR (100-165dC).
Nasceu na Palestina, converteu-se em Éfeso e morreu em Roma. Nos seus escritos, mencionou os dons espirituais em evidência nos seus dias, inclusive o dom de línguas estranhas pelo Espírito Santo.
ORÍGENES (185-254dC), teólogo de renome.
Afirmou que os dons espirituais, inclusive o de línguas, eram um facto notório nos seus dias.
CRISÓSTOMO (347-407dC), patriarca de Constantinopla.
No sentido eclesiástico oriental, o termo “patriarca” designa um bispo investido de prerrogativas e precedências especiais. Crisóstomo relatou um caso em que três membros da sua igreja falaram pelo Espírito Santo em persa, latim e hindu.
AGOSTINHO (354-430dC), bispo de Hipona, no Norte de África.
Deu testemunho de que as línguas estranhas estavam em evidência no seu tempo.
WALDENSES e ALBIGENSES (1140-1280dC).
Isso no Sul da Europa, em plena Idade Tenebrosa – a Era Medieval. Eles eram dissidentes da Igreja Romana, seguidores dos princípios bíblicos da salvação e da vida cristã em geral. Os historiadores afirmam que entre eles havia manifestações espirituais em línguas estranhas, segundo o Novo Testamento.
LUTERO (1483-1546).
Falava em línguas e profetizava, conforme depoimento histórico do Dr. Jack Deer, eminente professor e historiador baptista, do Seminário Teológico de Dallas. Essa informação também é encontrada nas obras História da Igreja Alemã, de Souer (volume 3, pág. 406) e Pentecostes para Todos, de Emílio Conde, pág. 88.
ANABAPTISTAS da Alemanha (1521-1550).
Havia entre eles manifestações do Espírito, inclusive dons espirituais e línguas estranhas, como regista a história.
HUGUENOTES (1560-1650). Eram, na França, protestantes, dissidentes quanto à forma de governo da época, no respeitante à liberdade religiosa. O historiador A. A. Boddy assim escreveu: “Durante a perseguição dos huguenotes, a partir de 1685, havia entre eles os que falavam em línguas, transbordantes de fervor espiritual”.
QUAKERS (1647-1650) e os SHAKERS (1771-1774).
Eram cristãos organizados em grupos distintos, no Nordeste da América do Norte, região da Nova Inglaterra. Dos Quakers (tremedores) e Shakers (puladores), diz a obra História da Igreja, de Philip Schaff, edição de 1882, que entre esses grupos havia manifestação de dons espirituais, inclusive línguas estranhas.
METODISTAS primitivos. Líder: João Wesley (1703-1791), inglês. O historiador Philip Schaff, na sua História da Igreja, edição de 1882, relata que esses metodistas pugnavam por uma vida santa e muitos tinham dons espirituais e falavam línguas. O movimento avivalista metodista começou em 1739, em Londres. Foi no Metodismo que teve maior expressão e vulto o Movimento da Santidade, na América do Norte, entre determinadas igrejas tradicionais, após o início do século XIX, do qual, quase um século depois, surgiu o atual Movimento Pentecostal.
IRVINGISTAS. Líder: Edward Irving (1822-1834), presbiteriano, da Igreja Escocesa de Londres. Irving testemunhou, entre outros factos, que, em 1831, uma irmã solteira, por nome Hall, cheia do Espírito Santo, falou em línguas num culto de oração. A Igreja Presbiteriana local, forçou o pastor Irving a renunciar ao seu pastorado por causa do avivamento que estava ocorrendo e seiscentos membros da igreja da Regent Square, de lá saíram com aquele pastor. Isso também está averbado na obra citada acima, de Schaff.
D. L. MOODY (1837-1899), poderoso evangelista e avivalista norte-americano. Ele era baptista e pregava a salvação em Cristo de modo diferente e objectivo. Pregava a plenitude do Espírito Santo e uma vida cristã cheia do poder do alto. Acerca da sua marcante cruzada cristã evangelística de Londres, em 1873 escreveu Robert Boyd: “Moody pregou à tarde no Auditório da Associação Cristã de Moços, em Sunderland. Em pleno culto houve manifestação de línguas estranhas e profecia. O fogo espiritual dominava o ambiente” (Moody and Sankey in Great Britain, 1875). Há muitos outros exemplos de que, ao longo da história, o Espírito Santo vem sendo derramado sobre aqueles que o buscam. A mundialmente conhecida e respeitada Enciclopédia Britânica, declara: “A glossolália (o falar noutras línguas) esteve em evidência em todos os avivamentos da história da igreja” (volume 22, pág. 282, ano 1944).
O declínio espiritual da igreja
A igreja do primeiro século, pelo poder do Espírito Santo, tornou-se uma força invencível para levar o Evangelho de Cristo aos lugares mais remotos da Terra e conquistou almas para Deus em todos os locais do poderoso Império Romano, até no palácio do imperador César, como se lê em Filipenses 1:13 e 4:22. No fim do primeiro século, a espiritualidade da igreja já havia arrefecido (Apocalipse 2:4,15,20; 3:16-18). Era tão decadente o seu estado que, para cinco das sete igrejas locais mencionadas em Apocalipse 2 e 3, a mensagem do Senhor foi: “Arrepende-te” (2:5,16,22;3:3,19). Nos dias do imperador Constantino, já no quarto século, a igreja foi tutelada pelo Estado, ganhando muita fama. Mas isso fê-la perder espiritualidade e poder. A decadência continuou até que ela se transformou numa organização humana na Idade Média (500-1500dC), em vez de ser um organismo divino, como Corpo de Cristo, como revela o Novo Testamento. Como já vimos, Martinho Lutero foi um homem que experimentou a presença poderosa do Espírito Santo. Deus levantou esse baluarte cristão, por quem a doutrina bíblica fundamental da justificação pela fé foi restaurada à igreja. Lutero foi o instrumento de Deus para desencadear o Movimento da Reforma Religiosa em 1517.
Outros movimentos avivalistas que se seguiram foram pelo Senhor usados para o retorno de outras doutrinas essenciais, como:
a) O avivamento liderado por Wesley – A doutrina da santificação.
b) Os morávios – As missões.
c) O Exército de Salvação – A evangelização e a acção social da igreja.
d) O Movimento Pentecostal – A dotação de poder do alto, mediante o baptismo no Espírito Santo, com a evidência física inicial no falar noutras línguas pelo Espírito, como ocorreu quando o Senhor Jesus baptizou os salvos pela primeira vez, em Jerusalém (Atos 2:1-4). Um exame da história, do ponto de vista religioso, mostra que os trinta anos que precederam o século XIX (1870-1900) foram, na igreja cristã em geral, de declínio espiritual, de disputas teológicas acirradas e vazias, de enfraquecimento na fé cristã, de “cristianismo” formal, de rejeição do sobrenatural, de profissionalismo ministerial, de inactividade na evangelização do mundo e de conformismo quanto à frieza espiritual. Ao mesmo tempo, em diferentes pontos do globo, pequenos grupos de homens e mulheres, movidos por Deus, confessando os seus pecados com arrependimento, clamavam a Deus em oração e jejum por um avivamento de busca da Palavra de Deus, de tristeza e repúdio pelo pecado – um avivamento de santidade e de derramamento de poder do alto para reavivar a igreja. Entre muitos líderes da igreja de então reacendeu a convicção de que há para o crente um baptismo no Espírito Santo subsequente à conversão como afirma Actos 1:4-5. Surgiu também, no íntimo deles, um incontido clamor pela evangelização do mundo, mediante missões estrangeiras, bem como a busca das operações sobrenaturais de Deus, como é o caso da cura divina e demais milagres, segundo as Escrituras. Já nesse tempo de sequidão espiritual, como regista a história, houve, em diferentes pontos do globo, muitos casos de cura divina e baptismo no Espírito Santo, com a manifestação de línguas estranhas.


Fonte: Mensageiro da Paz (CPAD) de Setembro de 2007

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A SEGUNDA VINDA DO SENHOR

Lembramo-nos de um quadro muito comovente, no qual aparece uma sala, cuja janela dá para o mar. Uma senhora com semblante sério, está sentada à mesa, enquanto duas crianças brincam no tapete, a seus pés. Em sua mão há uma carta que a senhora acabara de ler, e seus olhos estão fitos no imenso mar. Vê-se, também, o retrato de um homem, pendurado na parede.
O que o pintor quis representar, está claro, trata-se do pai daquelas crianças, que está navegando além daquele oceano. Ali está seu retrato; ele, porém, está bem longe; mas escrevera uma carta à esposa, carta que ela acabara de ler, comunicando noticias alegres, dizendo que estaria de volta ao lar. Assim, a mãe está à janela, dia após dia, os olhos fitos no mar, aguardando a primeira aparição das velas do navio, que trará aquele que por muito tempo se ausentou da família.
Há Um outro, bem querido, por muito tempo ausente entre nós. Não há força que nos leve a olhar para cima, tanto quanto esta que sentimos pelas notícias de que Ele vem pra todos os que se entregam à Sua autoridade bendita. Paulo passou apenas três sábados em Tessalônica, mas a mensagem da volta de Jesus Cristo, resultou na conversão de grande multidão e a fundação da igreja ali (! Tes 1.9-10; At 17.1-4).
O obreiro que quer manejar bem a Palavra, não pode descuidar das passagens que tratam da volta dAquele que é mais querido do que mãe ou esposa. Porém nossos esforços serão vãos se nós mesmos não amarmos, a Sua vinda (2 Tm 4.8).
Queremos apresentar o assunto considerando as Escrituras na seguinte ordem: I. Que elas declaram que Jesus Cristo voltará à terra. II. Que informam de que modo há de voltar. III. Que ensinam quando vê. IV. Que mostra para quem Ele vem.
I. Jesus Cristo mesmo voltará à terra.
Daniel 7.13-14. Esta é a mesma cena da parábola do homem nobre (Lc 19.12), que “foi para um país longínquo, a fim e obter para si o governo e voltar”. Em visão, Daniel O vê logo antes da Sua volta, no ato de receber o Seu reino, do Pai.
Zacarias 21.10. Cristo há de aparecer ao povo judaico: “Olharão para Mim, a quem traspassaram”.
João 14.3. Note-se que este versículo não se refere à salvação da alma, nem a morte do crente, mas à volta do mesmo que falava, o Senhor Jesus.
Atos 1.11. Aquele que há de voltar é o mesmo Jesus que subiu, não um espírito, mas o homem Jesus. Voltará do céu, e do mesmo modo que partiu; isto é, visivelmente e glorificado.
Apocalipse 22.20. A última mensagem na Bíblia, do Senhor Jesus é para nós: “certamente, que venho à pressa” e a súplica do íntimo do coração da Sua noiva é: “Amém; vem Senhor Jesus”
II. De que modo há de voltar.
A palavra de Deus ensina duas fases da vinda de Cristo. Primeiro, o arrebatamento, quando Cristo há de vir nos ares para levar os Seus que O estão aguardando. Naquela ocasião serão ressuscitados os santos que morreram em Cristo. Tudo isto será sem o conhecimento do mundo incrédulo e dos crentes que não estão vigiando e orando para escapar das coisas que sobrevêm ao mundo (Lc 21.34-36). Aqueles que ficarem no mundo entrarão na grande tribulação (Ap 7.14; Bras. Mt 22.21; Dn 12.1; Jr 30.7). Ao terminar esta, acontecerá a segunda fase da vinda de Cristo, o apocalipse, a manifestação, quando será visto por todos na terra, quando se assentará no Seu trono, para reinar mil anos.
a) O arrebatamento. É o ato de levar repentinamente aos céus, os que dormem, mas ressuscitados, juntamente com os fieis ainda vivos aqui na terra.
Mat 24.37-39. O mundo atual, apesar de ser advertido repetidamente, está nas mesmas condições de incredulidade e impiedade como nos dias de Noé. Só podemos esperar severo julgamento, como aconteceu nos dias de Noé.
1 Coríntios 15.51-52. A ressurreição dos mortos em Cristo e o arrebatamento dos vivos.
1 Tessalonicenses 4.16-17. “seremos arrebatados nas nuvens, juntamente com eles, ao encontro do Senhor nos ares”. Nunca houve uma reunião tão grande e de tanto gozo: nem aquela reunião do povo de Israel, salvo, na praia do mar vermelho, dançando de alegria (Ex 14 e 15), nem a do pentecostes, quando três mil foram salvos, nem outra qualquer.
b) Apocalipse.
Mateus 24.30. O Rei chegando “com poder e grande glória”.
Apocalipse 1.7. Isto é o Apocalipse de Cristo, Sua revelação ou manifestação. Cristo chegando, visto por todos.
III. Quando Cristo voltará?
Certamente o Senhor quer que Seu povo conheça bem a doutrina da Sua vinda à terra, por que é mencionada trezentas e dezoito vezes, no Novo Testamento.
O Senhor não revela quando o arrebatamento acontecerá. Acerca disto, temos de “vigiar”. Será numa “hora que não pensais” que “virá o Filho do Homem”. Ele não quer que saibamos quando nos vem buscar; temos que estar prontos para encontrá-Lo, a qualquer hora. Não conhecemos nenhuma profecia que se deva cumprir antes desta. Podemos esperar o arrebatamento a qualquer momento. Acerca de Seu Apocalipse (manifestação), fala mais definidamente, revelando várias coisas que tem de acontecer e pelas quais podemos julgar o tempo. É claro que a Sua vinda não está distante, pois atualmente as últimas profecias estão se cumprindo.
Mateus 24.14. Certamente isto já está se cumprindo, a não ser, em algumas nações pequenas onde até é bem possível que, através dos séculos, já tenha sido pregada a mensagem.
Mateus 25.13. Alguns ensinam que os homens estão se aperfeiçoando todos os anos e que tudo em breve, ficará tão bom que começara o milênio. Dizem que quando findarem estes mil anos de paz, Cristo voltará. Como é diferente a Palavra de Deus. (2 Tm 3.1-5, 13; Lc 17.26; etc.) se a vinda de Cristo está mil anos distante, porque a admoestação repetida de Deus: “vigiai”? Como podemos vigiar por uma coisa que está ainda mil anos no futuro? Mas o evento que devemos aguardar é a Sua vinda para levar Seu povo, e isto pode acontecer a qualquer momento!
Lucas 21.25-28. Isto acontecerá logo antes da Sua manifestação.
2 Tessalonicenses 2.3. Certamente já começou a “apostasia” e “o homem da iniqüidade” pode ser “revelado” a qualquer momento.
IV. Para quem o Senhor Jesus voltará.
1 Coríntios 15.23. Vem para “os que são de Cristo”. Somos dEle, plenamente entregues e dirigidos por Ele?
Hebreus 9.28 “Aos que O aguardam”. Em que temos o nosso interesse neste mundo.
Apocalipse 16.15 “Aquele que vigia e guarda as suas vestes”. As nossas vestes estão limpas e sem mancha?
Apocalipse 17.14 “Os chamados, os escolhidos e os fiéis, fomos chamados; fomos escolhidos; somos fiéis?