terça-feira, 10 de março de 2015

JOVENS CALVINISTAS ASSEMBLEIANOS. UM PROBLEMA? DEPENDE!

Por Emmanuel Martins
Tem sido crescente o interesse de muitos jovens cristãos pelo estudo da teologia. No meio pentecostal não tem sido diferente, muitos são os que se interessam por conhecer mais a palavra de Deus. Conheço muitos jovens pentecostais que não deixam a desejar em nada no que se refere a conhecimento bíblico e vida com Deus em relação a outras confissões/denominações. E este crescente interesse vem resultando na edificação da igreja e o crescimento do Reino. 

No entanto, a medida que cresce o interesse pela teologia, em face da amplitude dos pensamentos, muitos são os que resolvem romper com a confissão denominacional. Até onde isso é benéfico? Até o momento que estes, humildemente, estão abertos ao diálogo e não tentem descaracterizar a igreja local subordinando-a à sua teologia.

É um direito de qualquer um crer no que acha ser bíblico e teologicamente fundamentado. Não estou defendendo uma "caça às bruxas", mas que destes haja respeito para com os que se lhe resistem e a denominação que lhes abriga.
Muitos são os jovens assembleianos/pentecostais que devido ao modismo "neoreformado" (lembrando que o arminianismo também é reformado), estão abraçando a teologia calvinista. Pelo que tenho observado, isso tem ocorrido devido a falta de ensinamento do verdadeiro arminianismo. Estes ao ter contato com a teologia calvinista a vêem como tendo mais biblicidade do que o semipelagianismo que é pregado em nosso meio.

Semipelagianismo é a teologia pregada na maioria de nossos púlpitos mascarada de arminianismo, onde delega ao homem a autoridade de "dar o primeiro passo para Deus", sendo que biblicamente é insustentável tal premissa. O homem caído não busca a Deus, mas Deus em sua graça sim, busca o homem depravado e mergulhado em seus próprios pecados.

Portanto, quando o jovem assembleiano/pentecostal compara o semipelagianismo (mascarado de arminianismo) com a teologia calvinista, vê mais lógica nela. E convenhamos, a teologia calvinista é mais embasada do queo semipelagianismo. Porém, o arminianismo clássico é o ponto de equilíbrio entre o calvinismo e o semipelagianismo, e com todo direito que me consta, eu vejo que o arminianismo representa melhor a soteriologia bíblica. Assim como os calvinistas vêem sua teologia. É um direito que me assiste.

Então, estes jovens têm tentado "reformar" tanto a prática quanto a teologia assembleiana/pentecostal. Proselitistas! Se não querem conhecer o que diz o verdadeiro arminianismo também não tentem calvinizar nossa Assembléia de Deus. Seja maduro, respeitoso e honesto consigo mesmo, se não aceitas a nossa teologia tudo bem, é um direito seu não aceitar, mas cuidado. Da mesma medida que é benéfico o acesso dos nossos jovens e pregadores à teologia é danoso o proselitismo que têm ocorrido principalmente aqui em nossa Assembléia de Deus em Campina Grande, pois causa divisão e atritos desnecessários. Falo e me refiro a nossa realidade, se em outras regiões e cidades não tem sido assim, glória a Deus, mas aqui tem sido.

Calvinistas não são problemas em nossas igrejas, desde que não comprometam à evangelização, a comunhão, as características bíblicas da igreja e que mesmo em face da divergência doutrinária haja respeito e unidade com os demais irmãos que pensam diferente.
Portanto, este não é um convite aos irmãos calvinistas para deixarem as ADs, mas um alerta para que haja prudência e respeito a esta denominação centenária.
Que Deus nos abençoe e nos ensine a sermos humildes, bíblicos e servos uns dos outros.